Mercados

Dólar vira e cai seguindo exterior e com atenção a Orçamento

19 abr 2021, 13:19 - atualizado em 19 abr 2021, 13:19
Congresso
O dólar vinha em alta até por volta de 11h15, quando uma série de ordens de vendas foram acionadas e derrubaram a cotação (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O dólar abandonou a alta de mais cedo e passou a cair ante o real no fim da manhã desta segunda-feira, sucumbindo ao viés externo de enfraquecimento da divisa norte-americana, enquanto no plano doméstico as atenções seguiam voltadas para o desfecho do Orçamento, que deve ocorrer no máximo até quinta.

Às 12:45, o dólar recuava 0,45%, a 5,5603 reais na venda. A moeda oscilou entre 5,6232 reais (+0,67%) e 5,5413 reais (-0,79%).

O dólar vinha em alta até por volta de 11h15, quando uma série de ordens de vendas foram acionadas e derrubaram a cotação.

No mesmo momento, o índice do dólar frente a uma cesta de divisas no exterior também acelerou a queda, aproximando-se de mínimas da sessão.

De forma geral investidores globais seguiam repercutindo a percepção de que o banco central dos Estados Unidos manterá estímulos por tempo indeterminado, enquanto a retomada econômica no mundo ampliava a demanda por ativos mais arriscados, caso das moedas emergentes –grupo do qual o real faz parte.

Apesar de toda a volatilidade, a divisa brasileira tem seguido o comportamento de seus pares mais recentemente.

Mas do lado doméstico o clima de incerteza –e de expectativa– se mantinha. A novela envolvendo o Orçamento de 2021 –considerado inexequível na forma como aprovado pelo Congresso, com subestimativa de despesas obrigatórias– dominava o foco dos mercados, que ficavam à espera de uma resolução.

“Devemos ter uma solução para o Orçamento essa semana”, disse em post no Twitter Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter. “Além do esperado acordo, o controle da pandemia e reabertura da economia devem melhorar as perspectivas para o resultado fiscal”, acrescentou, mas ressaltou que essas previsões dizem respeito apenas ao curto prazo, uma vez que o país pode voltar a apresentar riscos às contas públicas este ano e em 2022.

Thiago Andrade, sócio da Athena-BGA Investimentos, disse à Reuters que a “pressão (sobre o real) pelo risco fiscal vai continuar”.

“Não acho que vamos ter um real mais valorizado por um bom tempo, a não ser que fatores internacionais afetem o mercado doméstico.”

Andrade chamou atenção para dados mostrando que a atividade econômica brasileira registrou o nível mais forte de expansão em sete meses em fevereiro, no décimo mês seguido de crescimento, segundo dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).

Segundo ele, o resultado promissor pode ser um fator de alívio para a moeda brasileira nesta segunda-feira.

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