Alimentos

Durante a crise, abacate substitui bacon na alimentação dos norte-americanos

27 abr 2020, 17:25 - atualizado em 27 abr 2020, 17:25
abacate
Cozinhar mais em casa é um hábito que também pode continuar após o término dos bloqueios (Imagem: Unsplash/@nurafnisetiyaningrum)

A pandemia tem transformado a maneira pela qual o mundo se alimenta.

Na verdade, não há uma nova tendência: as pessoas simplesmente buscam conforto. Também buscam sistemas imunológicos mais fortes.

Mais pessoas preparam alimentos assados, mas também comem de maneira mais saudável do que em restaurantes. Os avocados estão na moda. Pizzas congeladas e macarrão instantâneo estão quase esgotados.

E esses padrões de compra aparentemente conflitantes e convergentes afetam mercados agrícolas, o que fez com que os preços dos avocados subissem mais de 60% desde o início de março. Ao mesmo tempo, o preço da manteiga despenca devido à menor demanda de restaurantes.

De qualquer maneira, o coronavírus “mudou completamente tudo”, disse Sylvain Charlebois, professor e diretor sênior do laboratório de análises agroalimentares da Universidade de Dalhousie, em Halifax, Canadá.

“As pessoas estão mais preocupadas em colocar comida na mesa do que qualquer outra coisa”, disse. “Isso realmente muda a mentalidade de um consumidor.”

Algumas dessas tendências talvez venham para ficar, dizem especialistas. Agora que algumas pessoas se voltam aos alimentos embalados, podem se surpreender ao notar uma melhor qualidade desses produtos e continuar comprando-os mesmo no mundo pós-quarentena.

Cozinhar mais em casa também pode continuar após o término dos bloqueios.

O abacate é um dos alimentos que registrou aumento surpreendente dos preços nas últimas semanas. Quando as medidas de confinamento entraram em vigor, agricultores do México, o maior produtor mundial, começaram a desacelerar as atividades de colheita, antecipando a queda da demanda.

Mas acontece que torradas de abacate e guacamole se destacam como favoritos durante a quarentena. A demanda foi muito maior do que produtores esperavam, e isso elevou os preços.

Uma caixa de abacates Hass do estado de Michoacán, o maior produtor do México, custava cerca de 490 pesos (US$ 20) na segunda-feira, segundo o governo, um aumento de cerca de 63% em relação aos 300 pesos no início de março.

Outros itens estão voando das prateleiras dos supermercados. As vendas de cítricos no varejo nos EUA foram destaque, com alta de cerca de 50% em março em relação ao ano anterior, segundo dados da consultoria IRI.

“Existe um halo geral de saúde em todos os itens de produtos frescos”, disse Roland Fumasi, analista da RaboResearch, em Fresno, Califórnia.

Pode ser o conteúdo de vitamina C nos cítricos que motiva as compras, já que consumidores buscam fortalecer o sistema imunológico.

O suco de laranja, cuja popularidade estava em baixa por causa do alto teor de açúcar, também recebeu impulso. Os contratos futuros negociados em Nova York acumulam alta de cerca de 17% desde o final de fevereiro.

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