Dólar

É hora de comprar dólar para lucrar com a disparada dos juros nos EUA?

12 dez 2022, 9:00 - atualizado em 12 dez 2022, 9:40
EUA
Dólar tem oscilado entre R$ 5,20 e R$ 5,30 nos últimos dias digerindo notícias locais, mas o Fed vem aí para subir juros de novo (Imagem: Shutterstock)

Nesta semana, tem a última decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Porém, até lá, o que fazer com o dólar?

O mercado já precificada uma alta de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.).

A taxa de juros americana deve subir para o intervalo entre 4,25% e 4,50%, se confirmada as expectativas de investidores, que já precificaram o dólar considerando essa faixa até fevereiro, quando ocorrerá a próxima reunião do Fed.

Dólar já considera alta de 0,50 p.p.

Com a elevação em 0,50 ponto percentual aparentemente dada, segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o mercado financeiro deverá se voltar para o comunicado e para as declarações do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, após a divulgação do documento.

“A leitura é de que a elevação de juros deve continuar por um período maior, ainda que em uma magnitude menor”, comenta, antecipando que o Fed poderá sinalizar caminho aberto para novas altas de juros no começo de 2023,

Porém, com menos força, já que o banco central dos Estados Unidos deverá interromper na quarta-feira uma sequência de quatro altas seguidas em 0,75 p.p.

“Amanhã, será divulgado o dado de inflação de lá [CPI, na sigla em inglês] e a projeção é de uma taxa de 7,3% no acumulado em 12 meses. Ou seja, o indicador deve permanecer em um patamar elevado e só deve retornar a meta do Fed, de 2%, em 2024 ou 2025″, diz a economista, reforçando que isso deve sustentar a taxa de juros elevada por um tempo.

Momento de cautela para o dólar

O sócio e gestor da Galapagos Capital, Fábio Guarda, diz que cautela é a palavra de ordem. Segundo ele, no exterior, o mercado está comprando um Powell “mais dovish” (menos agressivo). Entretanto, o comunicado e as declarações do mandatário do Fed podem “trazer surpresas”.

“No fim de ano, sempre tem um pouco de rali, mas é bom o investidor ter cautela. O mercado lá fora está muito ‘blasé’ com o Powell. Mas pode haver uma pequena turbulência no mercado após essa decisão. Pode vir um banho de água fria”, avalia.

O que fazer até quarta-feira?

Se o gestor da Galapagos recomenda cautela, Abdelmalack, da Veedha, destaca que atravessamos um período de incertezas.

Tanto no exterior, em meio ao receio de recessão global, quanto no cenário doméstico diante do novo governo e a nova política econômica, que será capitaneada por Fernanda Haddad, confirmado como ministro da Fazenda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a economista, o dólar deve exibir volatilidade não só até quarta-feira, como também nos próximos meses.

“Até o fim do primeiro semestre, nós vamos navegar por um período nebuloso com a expectativa de desaceleração da economia global neste e no próximo ano. Aqui, temos incertezas quanto a orientação da politica econômica. Com isso, há espaço para desvalorização dos ativos domésticos”, diz.

Portanto, com todo esse cenário, Abdelmalack sugere ao investidor ficar com o dinheiro aplicado em renda fixa, principalmente em CDI, e aguardar o melhor momento para ativos de risco.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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