Comprar ou vender?

É hora de se livrar de Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3)? Otimismo vai por água abaixo e corretora corta preços; veja

01 abr 2024, 15:35 - atualizado em 01 abr 2024, 15:41
vale CSN MINERAÇÃO MINÉRIO DE FERRO
Genial corta preços-alvos de Vale e CSN Mineração, em meio às incertezas com o minério de ferro (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A Genial Investimentos está cada vez mais cautelosa com o minério de ferro — e, consequentemente, com as mineradoras listadas. A casa cortou os preços-alvos de Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3) para R$ 72,30 e R$ 6,20, respectivamente, mas segue com recomendação de compra.

“Acreditamos que ações de todo o setor de metais & mineração sob a nossa cobertura tenham sido amplamente influenciadas por duas situações: fluxo de notícias — no caso específico de Vale, através dos ruídos que a companhia vem atravessando — e incertezas sobre a China“, avaliam em relatório publicado nesta segunda (1).

Entretanto, os analistas Igor Guedes, Lucas Bonventi e Rafael Chamadoira ponderam: “não vemos a China em seus melhores dias, mas a situação pode não ser tão ruim quanto alguns investidores precificam. Até porque, por mais que temos o entendimento de que a situação do mercado imobiliário é estrutural, ainda assim, nos parece que alguns investidores estão carregando um pessimismo além do ponto justo em seus vieses”.

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Os analistas destacam como ponto positivo a alta de 38% da commodity no segundo semestre de 2023, mesmo já amargando os efeitos da desaceleração econômica. Eles ainda ressaltam que, hoje, a cotação de US$ 110 por tonelada permanece acima da média histórica.

“Ainda que o preço do minério de ferro tenha retraído 20% no ano, nossa análise atual sugere que provavelmente haverá uma continuidade desse movimento, porém, em um ritmo bem mais brando, considerando que o reequilíbrio de oferta e demanda já foi quase todo restabelecido a essa altura”, dizem.

A Genial tem uma projeção mais conservadora para o minério. Ainda assim, a média de preços esperados para 2024 e 2025 segue superior a US$ 100 por tonelada — o que julgam ser um “preço atrativo”.

Ninguém está otimista com Vale

Nem os analistas da Genial, nem os investidores — segundo conversas com a corretora — estão muito otimistas com as ações de Vale.

De acordo com Guedes, Bonventi e Chamadoira, o valuation de VALE3 reflete:

  • menor valor de realização de preço em minério de ferro;
  • redução do enterprise value (valor da firma) no modelo ao agregar os pagamentos dos ajustes cobrados pelo governo brasileiro;
  • leve endurecimento de premissas relacionados às condições de pagamento do acordo de Mariana;
  • prêmio all-in projetado em US$ 2,7/toneladas para 2024, abaixo do guidance;
  • custo C1 ex. compra de terceiros projetado em US$ 22,9/toneladas pars 2024;
  • produção de minério de ferro estimada em 315 Mt para 2024, em linha com a banda intermediária do guidance, mesmo a Vale dando indicativos de que pode atingir a banda superior; e
  • modificação na taxa de desconto, uma vez que a Genial cortou a projeção do PIB da China de longo prazo (2030) para 3,8%.

Apesar de cortar o preço-alvo das ações de R$ 82,50 para R$ 72,30 (+18,86%), a casa segue com recomendação de compra, baseado em um “valuation descontado demais para ser ignorado”.

E CSN Mineração?

Já em relação à CSN Mineração, os analistas da Genial dizem que apresenta uma perspectiva interessante do ponto de vista micro, em razão da elevação de margens. “Como o movimento segue independe do preço de minério de ferro, ainda acreditamos que as perspectivas para a companhia são boas no curto prazo e que o mercado está subvalorizando o potencial”, dizem.

No entanto, CMIN3 não escapa de um corte no preço justo de R$ 7 para R$ 6,20 (+16,98%).

Assim como VALE, o valuation das ações reflete o menor valor do minério de ferro. Além disso, os analistas citam:

  • manutenção do mesmo patamar de produção, com 43Mt para 2024;
  • expectativa de maior equilíbrio do balanço entre produção própria e de compra de terceiros, com um aumento de 2,5Mt na produção própria e redução de 2,5Mt de compra de terceiros; e
  • margens elevadas.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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