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Em nova declaração, FMI alerta El Salvador sobre os riscos do bitcoin como moeda corrente

23 nov 2021, 10:32 - atualizado em 23 nov 2021, 10:32
FMI
A equipe do FMI disse que, embora esteja aberta à inclusão financeira e aos esforços de crescimento, El Salvador deve abordar os riscos ligados ao uso do bitcoin como moeda legal (Imagem: REUTERS/Johannes P. Christo)

El Salvador não deveria usar o bitcoin (BTC) como moeda corrente, devido aos riscos financeiros e ao consumidor que apresenta, escreveu a equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), em uma declaração relacionada à missão no país caribenho.

“Devido à alta volatilidade de preço do bitcoin, usar a criptomoeda como moeda corrente implica riscos à proteção do consumidor, à integridade e estabilidade financeiras”, aponta o comunicado do FMI feito ontem (22).

“Seu uso também origina riscos de contingência fiscal. Por causa desses riscos, o bitcoin não deve ser usado como moeda corrente.”

A equipe do FMI disse que, embora a instituição esteja aberta à inclusão financeira e aos esforços de crescimento, El Salvador deve abordar os riscos ligados ao uso do bitcoin como moeda legal, ao seu novo “ecossistema de pagamentos” e à negociação de bitcoin.

O país tornou o bitcoin uma moeda corrente, juntamente com o dólar, em 7 de setembro deste ano.

O FMI fez diversas recomendações ao país na declaração, incluindo diminuir o escopo da lei bitcoin. A instituição financeira também sugere reforçar a regulamentação e a supervisão do sistema de pagamento do país, a fim de proteger os consumidores, prevenir a lavagem de dinheiro, o terrorismo financeiro e gerenciar riscos.

Quais são as limitações da rede Bitcoin?

“Assim como para outras carteiras digitais, deveria ser exigido de Chivo (carteira digital de El Salvador) a total proteção dos fundos de consumidores, tanto em dólar como em bitcoin, ao separar e autonomizar ativos de reserva”, aponta a declaração do FMI.

Apesar disso, o mesmo comunicado reconhece que “tecnologias cripto” e sistemas digitais podem ajudar a tornar os pagamentos mais eficientes.

Além disso, o FMI recomenda que El Salvador considere fechar o fundo fiduciário de US$ 150 milhões que usa para as conversões entre dólar e bitcoin.

“Medidas para limitar os riscos de contingência fiscal, como fechar o fundo fiduciário ou retirar subsídios públicos à carteira Chivo também deveriam ser considerados”, recomendou o FMI.

Além disso, a instituição disse que as regulamentações bancárias do país deveriam incluir proteções com foco na exposição ao bitcoin.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, comentou a declaração no Twitter logo após sua publicação.

“O FMI acabou de publicar uma avaliação técnica de El Salvador durante o ano de 2021”, escreveu Bukele em espanhol. “E, apesar de que obviamente não concordamos com algumas coisas, como a adoção do bitcoin, a análise dele é interessante”.

O presidente, em seguida, compartilhou diversas mensagens, com passagens destacadas apontando para conclusões mais favoráveis a partir da declaração.

O FMI e El Salvador já se engajaram em conversas sobre o acordo de empréstimo de US$ 1,3 bilhão, informou a Bloomberg. Essas declarações finais incluem as conclusões preliminares após completar uma missão oficial no país.

O FMI não avaliou o recente comunicado de Bukele, em que anunciou a emissão dos títulos de bitcoin, que foi comunicado após o fim da missão.

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