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Em ‘super quarta’ de balanços do agro, o que esperar de JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e SLC (SLCE3)

11 maio 2022, 10:06 - atualizado em 11 maio 2022, 13:49
Seara Alimentos JBSS3
Seara, da JBS, deve ser o ponto fraco em 1T22 que será divulgado hoje (Imagem: Divulgação/JBS)

Os Estados Unidos farão a diferença e Seara será o alerta da JBS (JBSS3). Para o Minerva (BEEF3), a Athena Food segue fazendo gol. Na SLC Agrícola (SLCE3), preços dos grãos e produtividade ditam o ritmo. Na ‘super quarta’ dos balanços do agro, esse é o resumo do que esperar das três empresas que soltarão o 1T22 depois das 17 horas.

Há focos de pressão que podem influir nas margens dos dois frigoríficos, enquanto para a produtora de commodities a elevação dos custos abre uma interrogação, mas no geral os resultados das companhias são positivamente aguardados para os analistas Rodrigo Crespi, da Guide Investimentos, Mary Cleia da Silva, do Banco do Brasil (BBAS3), e Juan Espinhel, da Invest Consultoria.

JBS

Como visto com Marfrig (MRFG3) e os resultados da Tyson Foods (veja aqui em Money Times), a companhia apresentará “lucro operacional” forte vindo dos EUA, relativos aos três segmentos, bovinos, suínos e aves, acredita Crespi, da Guide.

Há o fator de elevação de custos da originação naquele mercado, bem como da inflação, mas que não deverão ser capturados integralmente no 1T22, mas, sim, poderão diminuir um pouco as margens, segundo a Mary Cleia, do Equity Research do BB.

Nesse ponto, Espinhel, da Invest, estima uma queda nas receitas contra trimestre, o 4T21, em torno de 5% a 7%, sem comprometimento maior na base anual. O economista também reserva alguma expectativa quanto ao surgimento, ou não, no balanço da JBS de janeiro a março, do desempenho das últimas aquisições internacionais da companhia feitas no segundo semestre do ano passado.

Em relação ao mercado interno, a possibilidade de a Seara reverter o lucro em prejuízo, seguindo os passos da BRF (BRFS3) é bastante plausível, segundo o research da Guide, acompanhando as pressões de custos, especialmente de rações, e do mercado interno sem poder de compra.

“Deve apresentar pressão nas margens”, complementa a analista do BB.

Quanto às cotações, Rodrigo Crespi vê ainda algum desconto, apesar da lateralização atual, podendo buscar os R$ 38,50 a R$ 39, com preço alvo para 12 meses de R$ 50. Ontem, fechou em R$ 35,71, em recuo de 1,11%.

Minerva Foods

“Entendemos que a empresa continuará apresentando bom resultado operacional, refletindo exportações aquecidas em volume e patamares recordes de preços”, informa Mary Cleia da Silva, do BB.

Parêntese, principalmente, para os negócios da Athena Foods, que a partir de sua atuação nos países sul-americanos “carregará o Minerva nas costas”, afirma Crespi, da Guide Investimentos.

Em relação às exportações desde o Brasil, a valorização do real mostrará influência no balanço, por outro lado compensado pelo impacto positivo no resultado financeiro do frigorífico, sobretudo pelo viés sobre a alavancagem, aspecto no qual igualmente chama a atenção o analista da Invest Consultoria.

“Para nós é a melhor aposta entre os frigoríficos”, diz Crespi, lembrando, inclusive, que a companhia é boa pagadora de dividendos.

Para a Guide, a BEEF3 tem atrativo para chegar aos R$ 13,75 (R$ 13,14, queda de 1,94% na terça), com preço alvo de R$ 15.

SLC Agrícola

Preços da commodities firmes, sequenciando as cotações de 2021, incorporação de novas áreas (da Terra Santa, principalmente) e ganhos de produtividade asseguram mais um bom trimestre para a produtora SLC, a mais nova integrante da carteira do Ibov, com base nos resultados de 29 de abril.

“A estratégia de hedge da companhia é outro ponto forte”, aponta da analista do banco, o que, na sua opinião, ajudará a mostrar atenuantes sobre os efeitos dos custos de produção, e acionará altas na receita e no Ebitda.

Para Espinhel, a variável custos dos fertilizantes ainda não deverá mostrar muito impacto no 1T22, tendo em vista que a guerra na Ucrânia começou no final de fevereiro e, como a maioria das empresas do setor, as compras foram mais antecipadas.

Para o research da Guide, no entanto, as ações da SLC não estão muito baratas – finalizou na véspera em R$ 51,17, em baixa de 0,37%. “Não vejo muito upside”, com a ressalva de que ainda não acompanha muito o papel.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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