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Em teleconferência, IRB descarta auditoria em balanços anteriores

05 mar 2020, 10:53 - atualizado em 05 mar 2020, 10:53
IRB BRASIL
Transparência: para os novos diretores do IRB, faltou transparência da antiga gestão – e só (Imagem: Video institucional IRB BRASIL )

O IRB Brasil (IRBR3) não tem intenção de realizar uma auditoria nas demonstrações financeiras anteriores. A declaração foi dada a analistas pelo presidente interino do conselho de administração, Pedro Guimarães, em teleconferência na manhã desta quinta-feira (5).

“Não temos nenhum motivo, nem para pensar em republicar os balanços”, afirmou o executivo. “Não temos ressalvas dos auditores independentes, nem dos órgãos de fiscalização”, acrescentou.

Realizada para divulgar a nomeação do novo vice-presidente financeiro e de relações com investidores do IRB, Werner Süffert, após a renúncia de seu antecessor, Fernando Passos, na noite de ontem, após as ações da resseguradora derreterem 32% com o desmentido da Berkshire Hathaway de que fosse sua acionista.

Apesar de esse ser o assunto do momento, os analistas que participaram da teleconferência não puderam evitar perguntas sobre um problema anterior do IRB, mas ainda candente: o bombástico relatório da Squadra, que questionou suas demonstrações financeiras e lucrou com isso – a gestora tinha uma posição vendida em IRB.

Segundo Süffert, a resseguradora já deu todas as explicações necessárias sobre os pontos destacados pela Squadra. Membro do conselho de administração do IRB até fevereiro, o executivo tem passagens também pela BB Seguridade (BBSE3) e procurou jogar com sua experiência no setor para tranquilizar os analistas.

“A maioria do mercado me conhece, e nunca tive nenhuma dúvida sobre as demonstrações financeiras”, disse. “Tivemos dois auditores independentes e, se eu já tinha confiança nos números, agora, após esses esclarecimentos… a parte das demonstrações está 100%. Não temos problemas nelas”, observou.

Nota só

Ao longo de toda a teleconferência, Guimarães e Süffert insistiram num ponto básico, no que se refere à dúvidas sobre os balanços: não há nada de errado e a tarefa é, apenas, melhorar a comunicação com o mercado e aumentar a transparência.

Warren Buffett
Buffett: empresa do megainvestidor negou qualquer vínculo com o IRB e contribuiu para a queda da diretoria da resseguradora (Imagem: Wikimedia Commons)

Os executivos afirmaram que, após os questionamentos públicos da Squadra, o nível de detalhamento das notas explicativas já melhorou no relatório referente ao quarto trimestre, mas que muito mais ainda será feito para dirimir desconfianças.

“O nome do jogo é prometer e cumprir o que prometemos”, declarou Guimarães. “Como CFO e como ex-conselheiro, não tenho nenhuma razão para abrir auditorias dos balanços anteriores”, completou Süffert.

“Nossa principal preocupação é olhar para a frente com uma certa obstinação em buscar a maior transparência possível”, afirmou.

O mercado parece ter gostado do que ouviu. Após o tombo de 32% ontem, fechando a R$ 18,98, pressionado pela negativa pública da gestora de Warren Buffett de que invista na empresa ou que tenha indicado uma representante para o conselho fiscal, os papéis abriram o dia com uma das maiores altas da B3.

Por volta das 10h41, as ações subiam 3,88%, para R$ 19,79, na contramão do Ibovespa, que recuava 1,37% e marcava 105.760 pontos.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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