O segmento de aviação executiva perdeu representatividade na receita líquida da Embraer, respondendo por 20,3% do total no terceiro trimestre, abaixo dos 24,2% anotados um ano antes. A divisão mostrou redução de sua receita no período, de R$ 1,190 bilhão para R$ 840,5 milhões, em função principalmente de um menor número de entregas.
No começo de outubro, a Embraer anunciou a entrega de 20 aeronaves executivas (13 jatos leves e sete jatos grandes) no terceiro trimestre, abaixo das 25 anotadas em igual intervalo de 2016.
O segmento de aviação comercial da Embraer respondeu por 64,6% da receita líquida da fabricante de aeronaves no terceiro trimestre deste ano, com R$ 2,678 bilhões dos R$ 4,144 bilhões da receita líquida total contabilizada pela empresa no período. Esse desempenho corresponde a um aumento de 3,4 pontos percentuais (p.p.) em relação à representatividade da divisão no terceiro trimestre de 2016, apesar da queda de 11,0% da receita da aviação comercial neste período.
Por sua vez, o segmento de Defesa & Segurança representou 14,5% da receita líquida total da companhia no trimestre, 0.3 p.p. acima do registrado há um ano. Esse ligeiro aumento de participação ocorreu a despeito da queda de 14% da receita da divisão no período, de R$ 699,2 milhões para R$ 600,2 milhões.
Por fim, a linha “outros” teve receita de R$ 25,1 milhões no terceiro trimestre de 2017, representando 0,6% da receita total da Embraer no período – no mesmo intervalo de 2016, a linha era responsável por 0,4% da receita, com R$ 17,0 milhões.
Caixa ajustado
A Embraer registrou um uso livre de caixa ajustado de R$ 102,0 milhões no terceiro trimestre de 2017, ante uso livre de caixa ajustado de R$ 67,7 milhões em igual período do ano passado. Conforme destacou a companhia, o desempenho do indicador decorre, em grande medida, do menor caixa líquido ajustado gerado pelas atividades operacionais entre julho e setembro, de R$ 399,1 milhões. Em igual período de 2016, haviam sido gerados R$ 759,2 milhões.
No acumulado do ano, a companhia apresentou um uso livre de caixa ajustado de R$ 9,4 milhões, comparado ao uso livre de caixa ajustado de R$ 2,377 bilhões nos primeiros nove meses de 2016.
A companhia realizou ajustes em seus cálculos de caixa para excluir o impacto de itens não recorrentes seja neste ano seja no ano passado. No terceiro trimestre de 2017, a companhia anotou em seus resultados operacionais a despesa de R$ 11,4 milhões, referentes aos impostos sobre as remessas executadas para pagamentos no exterior, após a finalização da investigação de corrupção (FCPA).
Já nos resultados do terceiro trimestre do ano passado, o Ebit incluiu a provisão de perda de R$ 402,4 milhões, sendo R$ 384,4 milhões relacionados ao Programa de Demissões Voluntárias (PDV) da Companhia e R$ 18,0 milhões associados à investigação.
Também a Embraer registrou R$ 149,2 milhões em adições líquidas ao imobilizado, abaixo dos R$ 404,8 milhões do terceiro trimestre de 2016, incluindo pool de peças de reposição, aeronaves disponíveis para leasing ou em leasing, investimentos e rendimento de vendas de imobilizado.
Desse total, o investimento (capex) representou R$ 95,1 milhões, montante que inclui despesas relacionadas a equipamentos e imobilizado, principalmente de programas do segmento de Defesa & Segurança. A companhia destaca que tais despesas, por serem parte das condições de seus respectivos contratos, não fazem parte da estimativa de capex para 2017, de US$ 200 milhões.
Já as adições ao intangível foram de R$ 351,9 milhões no terceiro trimestre, ante os R$ 422,1 milhões reportados um ano antes. O montante está relacionado ao desenvolvimento de produtos, principalmente do programa dos E-Jets E2, no segmento de Aviação Comercial. “No acumulado de nove meses, a companhia investiu um total líquido de R$ 827,4 milhões e prevê que esses investimentos deverão ficar em linha com sua estimativa anual de US$ 400 milhões”.