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Embraer (EMBR3): O tamanho do baque da tarifa de Trump, segundo 4 analistas; ações desabam 6%

10 jul 2025, 10:40 - atualizado em 10 jul 2025, 10:40
Embraer
As ações da Embraer estão entre as maiores afetadas pela tarifa anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump (Imagem: Wikimedia)

As ações da Embraer (EMBR3) abriram o pregão desta quinta-feira (10) em leilão, sob o peso da ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adotar uma tarifa de 50% aos produtos originados do Brasil vendidos ao país.

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Após protagonizar dias de glória no mercado devido ao avanço de sua carteira de pedidos e participação no Paris Air Show, as ações da Embraer passaram a posição de uma das mais afetadas pela medida.

A fabricante de aeronaves brasileira tem forte exposição aos Estados Unidos, com 60% das vendas voltadas para o país.

Por volta de 10h30 (horário de Brasília), as ações EMBR3 operavam em leilão, com queda de 5,38%, a R$ 74. Alguns minutos depois saiu de leilão com queda superior a 6%. Acompanhe o tempo real.

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O tamanho impacto das tarifas

O BTG Pactual pondera que, na aviação comercial, o E1 não tem substitutos diretos no mercado americano, e clientes como a SkyWest continuam demandando. Contudo, o impacto de uma tarifa de 50% seria bem mais severo do que os 10% anteriores.

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“Na aviação executiva, os jatos Praetor, fabricados no Brasil, são os mais afetados; já os Phenom, montados na Flórida, sofrem menos impacto. O risco maior é a perda de competitividade frente a concorrentes europeus e norte-americanos”, ponderam os analistas do banco.

Como consequência, a margem da Embraer ser pressionada, com estimativas iniciais apontando para um impacto de US$ 78 milhões com tarifa de 10%, enquanto com 50% a pressão será significativamente maior.

O UBS BB estima um impacto de aproximadamente US$ 70 milhões nos custos da Embraer e um impacto de 13% no lucro líquido de 2026 para cada aumento de 10% nas tarifas.

“Assumindo o impacto apenas nos jatos executivos, com 40% dos Phenoms e 60% dos Praetors sendo tarifados e 75% das vendas totais de jatos executivos para os EUA”, dizem os analistas.

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A estimativa do Bradesco BBI e Ágora Investimentos é de um impacto potencial de aproximadamente US$ 220 milhões no Ebit (lucros antes de juros e impostos) de 2025 — cerca de 35% do total estimado para o ano.

Essa estimativa considera que a tarifa entre em vigor em agosto, como estipulado na carta oficial, o que limitaria o impacto a apenas uma parte do ano, colocam os analistas.

A XP Investimentos destaca dois impactos principais relacionados às tarifas para

  • Impacto negativo de 14-15% no Ebit/lucro consolidado a cada aumento tarifário de 10 pontos percentuais, dada a montagem final de jatos executivos (Praetors/Phenoms) da Embraer nas instalações na Flórida, que utiliza parte do conteúdo brasileiro no processo (suscetível a tarifas);
  • Potencial impacto indireto na demanda dos E1s em meio a um ambiente inflacionário para a aeronave, com adiamentos de entrega como riscos potenciais para a fabricante.

“Embora vejamos o anúncio de Trump principalmente como uma potencial barganha, esperamos que a preocupação dos investidores permaneça alta, dado o impacto potencial significativo que uma tarifa de importação de 50% sobre produtos brasileiros implicaria para a Embraer. Dito isso, reiteramos nossa recomendação Neutra“, dizem os analistas.

O que fazer com as ações da Embraer agora?

Banco/Corretora Recomendação
BTG Pactual Compra
XP Investimentos Neutra
Bradesco BBI/ Ágora Investimentos Compra

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.