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Embraer (EMBR3): Qual o impacto da recuperação judicial da Azul na fabricante brasileira?

29 maio 2025, 16:55 - atualizado em 29 maio 2025, 17:46
Embraer
BTG Pactual vê impacto limitado da recuperação judicial da Azul na Embraer (Imagem: Wikimedia)

O BTG Pactual vê um risco limitado para a Embraer (EMBR3) em decorrência do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (Chapter 11) pela Azul. Apesar de preocupações sobre a carteira de pedidos, uma vez que a companhia aérea tem sido grande parceira e cliente da fabricante, especialmente no lançamento da plataforma E2, o banco não vê grandes riscos.

A equipe de analistas liderada por Lucas Marquiori está mais otimista quanto às oportunidades de crescimento da Embraer fora do Brasil em todos os seus segmentos, especialmente nos negócios Comercial e Defesa.

“Diante do vasto pipeline de contratos potenciais em Defesa e das contínuas campanhas de E2 em novos mercados, acreditamos que o risco de depender da Azul para crescer é hoje consideravelmente menor”, avaliam.

Apesar da possibilidade de ajuste na curva de entregas de E2 da Azul, dois motivos levam os analistas a crer que o impacto será menos severo do que em outros modelos:

  • O E2 oferece melhor economia de operação, com maior alcance e conectividade, ajustando-se perfeitamente à malha aérea da Azul, sendo assim pilar fundamental da recuperação financeira da companhia;
  • Ao adquirir aviões de fabricação local (Embraer), a empresa tende a obter melhores condições de financiamento do que ao comprar aeronaves montadas no exterior, como a Airbus.

Embraer não deve sofrer com risco de cancelamento

Quando se trata do risco de cancelamento, os analistas recordam que as companhias costumam pagar um sinal ao firmar pedidos de aeronaves.

“Se um pedido fosse cancelado, impactaria a carteira de pedidos da Embraer, mas a empresa manteria esse pagamento pré-entrega. Além disso, ao retomar a lucratividade e as operações após a reestruturação, as companhias buscam aeronaves mais eficientes em custo”, pondera o BTG.

Assim, na visão do banco, as chances de cancelamento total são baixas, especialmente diante das restrições de oferta na indústria e da forte demanda por aviões novos.

No relatório de entregas e carteira de pedidos do primeiro trimestre, a Embraer informa que a Azul tem pedidos firmes para 51 aeronaves, o que representa 15% dos 336 pedidos comerciais totais da empresa, a tornando o maior cliente de E195.

“Mais importante, esse pacote de 51 unidades não se alterou desde 2024, o que significa que todas as entregas de E2 feitas à Azul desde o ano passado foram viabilizadas por intermediários”, diz o banco.

Nesta quinta-feira (29), EMBR3 encerrou a sessão em queda de 0,82%, a R$ 66,35, pressionado pela desvalorização do dólar. No ano, a ação da fabricante acumula alta de mais de 18%.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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