Construtora favorita do Itaú BBA tem potencial de alta de 72%; veja qual
A Tenda (TEND3) segue sendo a empresa preferida (top pick) do Itaú BBA no segmento de habitação popular e teve a recomendação outperform (equivalente à compra) mantida após a divulgação do guidance para o ano que vem.
Em relatório, o banco ressaltou que os papéis da construtora negociam a 4,9 vezes o lucro projetado para 2026, o que representa um desconto de 35% a 40% em relação às concorrentes do setor.
A casa tem preço-alvo de R$ 40 para as ações da companhia nos próximos 12 meses, indicando um potencial de valorização de cerca de 72% frente à cotação atual, de R$ 23,29. Acompanhe o tempo real.
Na última semana, a Tenda apresentou suas projeções para 2026 com premissas consideradas pelo Itaú BBA como conservadoras, especialmente no que diz respeito aos custos de construção e à velocidade de vendas.
Para o ano que vem, a construtora projeta vendas consolidadas entre R$ 5,35 bilhões e R$ 5,95 bilhões, além de EBITDA de R$ 880 milhões a R$ 1 bilhão e lucro líquido entre R$ 520 milhões e R$ 600 milhões, números levemente abaixo da estimativa da instituição.
Apesar disso, segundo o banco, esses valores funcionam como uma margem de segurança, já que eventuais reversões podem abrir espaço para revisões positivas de resultados.
“Preferimos tratar essas premissas conservadoras como riscos positivos, fornecendo uma margem de segurança caso outras premissas se mostrem menos favoráveis”, destaca o relatório.
Dividendos à vista?
O Itaú BBA ressalta também que o negócio principal da Tenda segue com rentabilidade elevada, com projeção de ROE de 43% em 2025 e 46% em 2026, o segundo maior entre as construtoras de habitação popular sob sua cobertura.
Após incorporar os resultados do terceiro trimestre de 2025 (3T25), o banco estima um lucro de R$ 606 milhões para a companhia no próximo ano, sustentado principalmente pela performance operacional.
Outro ponto de destaque é a geração de caixa: segundo a casa, o fluxo de caixa livre da empresa deve se intensificar a partir do segundo semestre de 2026, o que pode levar a dívida líquida a zero até o fim do ano.
Esse cenário, de acordo com o relatório, abre espaço para uma distribuição de dividendos com yield de dois dígitos, reforçando o apelo das ações.
Alea
Já a Alea, unidade de casas industrializadas do grupo, deve registrar EBITDA negativo entre R$ 50 milhões e R$ 70 milhões em 2026, segundo o guidance divulgado pela Tenda.
Com isso, o Itaú BBA passou a estimar um prejuízo líquido de R$ 94 milhões em 2026 para a marca, refletindo uma produção ainda abaixo do nível ideal e um consumo de caixa operacional entre R$ 60 milhões e R$ 80 milhões.
Apesar desse cenário, o banco destacou que a administração segue implementando ajustes estratégicos para reduzir a volatilidade e aumentar a previsibilidade do negócio.