Energizada, Aeris está em boa posição para aproveitar crescente demanda por fontes limpas

O Safra iniciou a cobertura da ação da Aeris (AERI3) com recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 14. O banco vê boas oportunidades de crescimento para o nome, considerando que a demanda global por energias limpas vai ganhar força – e a companhia possui um papel fundamental para a indústria de energia eólica.

“A Aeris está posicionada para se beneficiar da forte tendência de crescimento secular em energias renováveis, já que é uma das principais fornecedoras na cadeia de energia eólica”, afirmou o analista Ricardo Boiati, responsável pelo relatório divulgado na sexta-feira e obtido pelo Money Times.

Com uma sólida agenda ESG (Environmental, Social and Corporate Governance, ou Governança Ambiental, Social e Corporativa traduzido em português), a Aeris fornece pás eólicas para os cinco maiores fabricantes de geradores eólicos do Ocidente. A Aeris atua junto aos principais nomes globais do setor há dez anos, sendo que foi o último player a entrar na indústria.

O Safra está com perspectivas positivas para a companhia, visto que o cenário aparenta ser bastante promissor. O segmento eólico atualmente representa 8% do total de energia produzida no mundo, e a expectativa é de que, em 2050, a fonte renovável passe a corresponder por 20%.

A queda nos custos de energia eólica só corrobora para a boa visão de longo prazo dos analistas. O Safra destacou que o custo nivelado de energia eólica tem diminuído ao longo dos últimos anos, tendo atingido níveis bastante competitivos quando comparado a outras fontes.

“Isso tem sido importante para promover a adoção do vento como uma fonte importante no mercado livre brasileiro, que deve ver um aumento de participação de energia eólica instalada”, comentou Boiati.

Além da boa fase vivida pelo setor, o Safra acredita que a Aeris tem chances de capturar crescimento de outras formas. A empresa produz somente um tipo de produto atualmente. No entanto, a administração está de olho em novos mercados, com foco em “materiais compostos”, como fibra de vidro e fibra de carbono.

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“Acreditamos que pode haver algumas oportunidades atrativas em segmentos como componentes de veículos elétricos, aeroespacial e construção”, completou Boiati.

Momentum positivo para ações

Com a maturação de algumas linhas manufatureiras recém-instaladas, o ROIC (retorno sobre capital investido) da Aeris deve melhorar em 2022-23, beneficiando as margens operacionais, destacou o Safra.

Na avaliação do banco, isso deve criar um momentum positivo para as ações assim que os investidores começarem a perceber que os maiores retornos estão relacionados com os projetos de expansão.

Para o longo prazo, o Safra assumiu retornos decrescentes como uma abordagem mais conservadora envolvendo algumas preocupações ligadas ao nome – elevada concentração no mercado, possibilidade de piora do ambiente competitivo e perda de participação do segmento eólico para outras fontes de energia limpas, como energia solar e energia nuclear, são alguns riscos da tese.