Enquanto analistas cortam ação do BB (BBAS3), outro banco dispara nas preferências; veja qual

O Banco do Brasil (BBAS3) sofreu forte pressão não apenas nos seus resultados, mas também entre analistas de mercado.
Antes bastante recomendado por casas de análise, o banco teve suas indicações de compra cortadas para neutro.
De acordo com o RI da instituição, entre 14 analistas que cobrem o papel, apenas dois recomendam compra, dez possuem visão neutra e dois sugerem venda.
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Na prática, isso significa que a ação não tem, no momento, nem grande potencial de valorização, nem risco relevante de queda.
Na outra ponta, o movimento foi oposto para o Nubank (NU). Antes visto com certa cautela, o banco digital passou a ser mais bem recomendado após a divulgação dos resultados.
Desde 14 de agosto, quando anunciou lucro líquido de US$ 637 milhões (R$ 3,6 bilhões), alta de 42%, pelo menos cinco casas revisaram para cima suas projeções.
Nesse período, a ação acumula alta de 18%, chegando a 34% no ano.
Quem mudou de opinião sobre o Nubank?
Corretora | Recomendação anterior | Recomendação atual | Preço-alvo anterior | Preço-alvo atual |
---|---|---|---|---|
BTG Pactual | Neutro | Compra | US$ 14,00 | US$ 18,00 |
Itaú BBA | Neutro | Compra | – | US$ 18,00 |
Citi | Venda | Compra | US$ 9,00 | US$ 18,00 |
Bradesco BBI | Neutro | Compra | US$ 12,00 | US$ 17,00 |
Santander | Venda | Neutro | US$ 9,00 | US$ 17,00 |
Além dos resultados fortes, que mostraram que o Nubank está no caminho certo, outros pontos pesaram.
Entre eles a operação no México, ambiente econômico melhor e até uma empresa de Inteligência Artificial.
Veja abaixo os principais pontos.
Resultados surpreendendo
Os resultados foram, sem dúvida, foram os principais catalisadores para colocar o Nubank no radar.
Segundo os analistas do Santander, o Nubank entrou em uma nova fase de crescimento do lucro.
Eles destacam a recuperação da receita líquida de juros (NII), da margem financeira (NIM) e a estabilidade dos NPLs (empréstimos inadimplentes).
O Itaú BBA também ressaltou que o 2º trimestre trouxe uma surpresa positiva e provavelmente sustentável na recuperação do NIM ajustado ao risco.
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“A participação de cartões com juros está se estabilizando em um nível mais alto do que prevíamos anteriormente. A qualidade do crédito parece estável, e o trimestre mostrou uma provisão preventiva significativa”, apontou o relatório.
Ambiente macro mais favorável
O BTG Pactual destaca que a economia está melhor do que se esperava. A inflação recuou na margem e o “pouso suave” agora é o cenário-base.
O banco cita ainda a originação de financiamentos via Pix, o aumento de clientes usando Pix parcelado e a reaceleração dos cartões de crédito. Essas tendências devem se reforçar no 2º semestre.
“Olhando mais adiante, 2026 também deve se beneficiar de maiores transferências governamentais, programas sociais de ano eleitoral e da provável isenção do IR para rendas de até R$ 5 mil”, aponta o relatório.
Já o Santander vê espaço adicional com a expectativa de queda da Selic, que deve reduzir tanto os custos de captação quanto os níveis de inadimplência — cenário especialmente positivo para bancos voltados ao público de baixa renda, como NU e Bradesco.
“A macrodinâmica doméstica está tendo um desempenho melhor do que o esperado, enquanto a empresa tem demonstrado resiliência e adaptabilidade”, escreveu o Itaú BBA.
México ganha tração
Outro pilar da tese é a operação no México, que agora mostra sinais claros de avanço.
Segundo o BTG, o país “parece ter finalmente encontrado seu mojo”, após um início visto com ceticismo.
“A estratégia está sendo muito bem executada e ganhou tração. A expansão internacional continua sendo o pilar mais importante da tese de investimento do NU”, escreveu.
O Santander reforça que o novo CEO da unidade, Armando Herrera, traz expertise regulatória e terá acesso a uma licença bancária, permitindo empréstimos consignados, depósitos segurados e financiamento mais barato.
“Vemos o ponto de equilíbrio no México como um potencial reacender da tese otimista de que, se a NU conseguir vencer no país, terá uma prova de conceito de que seu modelo de negócios é replicável globalmente, um elemento vital para sustentar a narrativa de crescimento”.
Inteligência Artificial na veia
E a inteligência artificial também começa a fazer a diferença nos negócios.
Três casas citaram Hyperplane, empresa do Vale do Silício adquirida pelo Nubank em 2024, que atua em inteligência artificial aplicada a risco de crédito.
Segundo o Santander, a tecnologia foi responsável pelo aumento dos limites de cartões de crédito no 2º trimestre.
O Bradesco BBI acrescenta que a integração da IA com os modelos de crédito tradicionais da NU pode acelerar os empréstimos com cartão nos próximos trimestres.
“A implementação desses limites ainda está em estágio inicial, e vemos espaço para maior crescimento nos próximos trimestres”, avaliaram.