Mercados

‘Enquanto todo mundo desacelera, Mercado Livre segue crescendo’: resultados surpreendem (de novo) e Meli sobe 11% em NY

04 nov 2022, 12:50 - atualizado em 04 nov 2022, 12:57
Mercado Livre
A gigante de e-commerce da argentina continua surpreendendo investidores

Ninguém para o Mercado Livre (MELI). A gigante argentina de e-commerce surpreendeu novamente os mercados com os números referentes ao terceiro trimestre de 2022, provocando uma disparada de 11% das ações da empresa na Nasdaq nesta fase inicial do pregão.

O Mercado Livre apresentou um lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) de US$ 2,56, marca quase 10% acima do que o mercado esperava.

Entre julho es setembro, a receita do Meli totalizou US$ 2,69 bilhões, um crescimento de 44% na comparação anual e 3,5% em relação ao trimestre imediatamente anterior.  No acumulado do ano, o GMV — métrica que representa o volume bruto de mercadoria negociado — soma US$ 24,8 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao ano passado.

Brasil, Argentina e México seguem sendo as principais operações da empresa, mesmo sob efeitos cambiais agindo na supressão das remessas obtidas em pesos argentinos e mexicanos, moedas cuja desvalorização ante o dólar foi maior do que o real.

Como aponta relatório do Santander sobre os resultados da empresa, o crescimento de e-commerce continua particularmente fortalecido no Brasil, onde a empresa registrou um crescimento de 20% na comparação ano a ano, considerando uma base cambial neutra para o GMV (isto é, desconsiderando a apreciação do dólar ante a divisa brasileira).

“Em uma base neutra, a receita da Meli teria crescido 60% em relação a 2021”, avalia Richard Camargo, analista da Empiricus, que emenda: “é impressionante vermos o ritmo em que o Meli segue crescendo, enquanto empresas de e-commerce do mundo inteiro desaceleram”.

Mercado Pago rouba a cena

Apesar dos números do e-commerce agradarem os investidores, foi a divisão da fintech do Mercado Livre que os encantou. O TPV do segmento — que representa o volume financeiro movimentado nas contas dos clientes no Mercado Pago — totalizou US$ 32,1 bilhões no 3T22, crescimento de 54% na comparação anual.

De todo o montante, apenas um quarto foi utilizado em operações dentro do e-commerce. Sobre o dado Richard diz: “até aqui, a empresa está sendo muito bem sucedida em se tornar um canal relevante na vida financeira dos clientes, que utilizam cada vez mais o Mercado Pago fora do e-commerce”.

O portfólio de crédito do Meli soma US$2,8 bilhões, com a maior parte deste aporte estando dedicada ao consumidor, seguido por lojistas e só depois em cartão de crédito.

Ainda que resiliente, é possível observar uma desaceleração notável no segmento de crédito, canalizando uma decisão consciente dos executivos da empresa em tirarem o pé do acelerador.

A piora do mercado de crédito ocorre na esteira dos ciclos de alta de juros que atingem os seus principais mercados, gerando o encarecimento das operações de empréstimo e pressionando clientes para a inadimplência.

Na teleconferência de resultados, o Mercado Livre aponta que o Brasil é o mercado com mais dificuldade para se conceder créditos — a taxa de juros aqui se encontra em 13,75% ao ano.

Olimpo do e-commerce

Com o resultado de ontem, o Mercado Livre entrou para o seleto grupo do e-commerce que conseguiu surpreender positivamente os investidores na temporada.

O e-Bay, que reportou também ontem números de receita e LPA (lucro por ação) ajustado acima das expectativas no 2º tri, e a Etsy (dona da marca ELo7 no Brasil), que acusou um crescimento de 11.7% da receita na comparação anual, também demonstraram resultados fortes entre julho e setembro.

No acumulado do ano, o Mercado Livre caiu 8,5%, superando competidoras brasileiras, como Magalu (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), que caíram uma média de 34%, e internacionais, como a Shopee (SE), que derreteu 75% em 2022.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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