Economia

Entenda até que ponto a crise na Argentina afeta o Brasil

20 jul 2022, 10:24 - atualizado em 20 jul 2022, 10:24
Casa Rosada, Argentina
Apesar da rivalidade no futebol, o Brasil e a Argentina são parceiros comerciais importantes. (Imagem: Reuters/Agustin Marcarian)

A Argentina vive uma verdadeira turbulência econômica. No mês passado, a inflação no país atingiu a taxa de 64% em doze meses, após acelerar 5,3% em junho. Isso gerou uma desvalorização da sua moeda – US$ 1 é o equivalente a 300 pesos argentinos.

Além disso, o ministro da Economia, Martín Guzmán, renunciou ao cargo no início de julho. O motivo da sua saída não ficou claro, mas o ministro era criticado pela vice-presidente Cristina Kirchner. Quem assumiu o seu lugar foi Silvina Batakis.

E a crise não é de hoje. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), correspondentes ao primeiro semestre de 2021, quatro em cada 10 argentinos vivem abaixo da linha da pobreza.

“A situação na Argentina é dramática, com um roteiro comum, e quase que repetido na América Latina, com crise econômica e política, além de juros altos, casados com uma inflação nas alturas”, afirma Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

Mais que vizinhos, parceiros

Apesar da rivalidade no futebol, o Brasil e a Argentina são parceiros comerciais importantes. Só no ano passado, a balança comercial entre os dois países movimentou mais de US$ 22 bilhões em importações e exportações. Entre os produtos mais comercializados estão carros e outros itens da indústria automotiva, minério de ferro e grãos.

Para o Brasil, os hermanos ficam atrás da China, Estados Unidos e Europa. Mas para a Argentina a nossa relação comercial é a principal. Sem falar que a economia dos países latinos são muito parecidas e não é raro empresas se posicionarem entre o Brasil e Argentina para vender para o resto da América do Sul.

E uma crise no país impacta diretamente no nosso comércio. “Entre os efeitos negativos imediatos, temos a menor intensidade comercial entre Brasil e Argentina, sendo este um dos principais parceiros comerciais do Brasil na América do Sul”, aponta Idean. “O setor automotivo, o setor metal mecânico, o setor de máquinas, da linha branca, entre outros são afetados, o que representa na prática menos negócios para ambos, aumentando o custo de aquisição para essas categorias.”

Também deverá ser percebida uma mudança no turismo. Enquanto o fluxo de turistas argentinos no Brasil tende a cair, a presença dos brasileiros por lá deve se intensificar. O país é um dos poucos lugares em que o real se valorizou bem frente à moeda local – R$ 1 é o equivalente a 24 pesos. “Isso permite comprar mais e melhor, com a Argentina voltando a ser esse um destino muito demandado por aqui”, diz Idean.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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