Mercados

Entenda por que payroll de agosto é ‘música para ouvidos’ do Fed

01 set 2023, 12:40 - atualizado em 01 set 2023, 12:43
EUA, Empregos, Payroll
Dado principal veio acima do esperado, mas aumento da taxa de desemprego e menor crescimento de salários são notícias bem-vindas para o combate à inflação. (Imagem: REUTERS/Mike Blake)

Divulgado mais cedo, o payroll de agosto mostrou a criação de 187 mil vagas, marcando um surpreendente salto em relação às leituras de junho e julho.

Se este fosse o único aspecto a ser considerado no dado, a tendência seria que os mercados reagissem negativamente de ponta-a-ponta. Mas não é isso que está acontecendo.

Em Nova York, Dow Jones Industrial Average e S&P 500 apresentam ganhos de 0,18% e 0,10%. A exceção é o Nasdaq Composite, que oscila entre perdas e ganhos. O dado também ajuda, junto ao PIB do segundo trimestre, o Ibovespa (IBOV) a disparar mais de 1,5%.

Aumento da taxa de desemprego, que avançou para 3,8%, e moderação no crescimento de salários, subindo apenas 0,2% na comparação mensal e 4,3% no acumulado dos 12 meses (mesmo ritmo de inflação), dão sinais de que o mercado de trabalho dos EUA começa a andar em um ritmo menos inflacionário.

A revisão para baixo nos números da criação de vagas do mês passado, de 110 mil vagas a menos do que o previamente divulgado, também foi uma notícia bem-vinda.

Para o Fed, o desaquecimento é uma condição essencial, ainda que insuficiente, para que preços mais sensíveis ao consumo recuem e façam a inflação retornar a meta oficial de 2%. Divulgado ontem, o núcleo do PCE (medidor de inflação) de julho anotou uma alta de 4.2%, tendo como destaque avanço no preço dos serviços.

Payroll sustenta pausa nos juros em setembro

No simpósio de Jackson Hole, Jerome Powell disse que o Fed espera que o rebalançeamento do mercado de trabalho continue ao longo dos próximos meses.

Com o dado de agosto confirmando as expectativas do Fed, solidificam as chances de que uma nova pausa no aperto monetário seja ratificada daqui a 20 dias.

De acordo com as instituições depositárias do Federal Reserve, há 93% de probabilidade em torno da manutenção dos juros na faixa dos 5,25-5,50%.

Para Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, “apenas um número astronômico na inflação de agosto poderia pressionar o Fed por outro aperto monetário na decisão de setembro”. O dado a que se refere Moutinho é o CPI, que será divulgado no próximo dia 13.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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