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Equatorial Energia vence leilão da CEEE-D com única proposta, de R$ 100 mil

31 mar 2021, 8:45 - atualizado em 31 mar 2021, 9:20
Energia Eletrica
A empresa ofereceu 100 mil reais pela elétrica, o dobro do valor mínimo definido pelo ativo, de 50 mil reais (Imagem: Pixabay)

A Equatorial (EQTL3) venceu o leilão de privatização da distribuidora de energia elétrica CEEE-D , controlada pelo governo do Rio Grande do Sul, ao apresentar a única oferta pela companhia nesta quarta-feira, em pregão realizado na bolsa paulista B3.

A empresa ofereceu 100 mil reais pela elétrica, o dobro do valor mínimo definido pelo ativo, de 50 mil reais.

O resultado surpreendeu, uma vez que analistas viam a CPFL Energia (CPFE3), da chinesa State Grid, como a grande favorita na disputa, embora também esperassem uma possível participação da Equatorial no certame.

A CPFL, que declarou publicamente em diversas ocasiões que avaliaria a CEEE-D, não chegou nem a se habilitar para o leilão, que teve a Equatorial como única empresa cadastrada.

“É uma concessão muito importante, uma concessão que realmente vai fazer muito bem para o Grupo Equatorial”, disse o presidente da Equatorial Energia, Augusto Miranda, em mensagem em vídeo após a licitação.

“O que queremos falar é que prometemos trabalhar diuturnamente, fazer os investimentos prudentes e necessários para essa concessão e tentar melhorar a qualidade… com certeza esses investimentos que faremos lá em muito ajudarão o Estado”, acrescentou ele.

O executivo não citou projeções de aportes na CEEE-D.

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que participou da cerimônia devido à assessoria prestada pelo banco ao processo, disse que as regras da desestatização preveem mais recursos para a área atendida pela companhia gaúcha.

“Serão 1,6 bilhão de reais investidos ao longo da concessão, e o ICMS voltará a ser recolhido pelo Estado”, afirmou ele.

Em meio a dificuldades financeiras, a CEEE-D acumulava, em junho de 2020, 3,38 bilhões de reais em dívidas por ICMS junto ao governo estadual.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, durante entrevista coletiva, no Ministério da Economia.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, que participou da cerimônia devido à assessoria prestada pelo banco ao processo, disse que as regras da desestatização preveem mais recursos para a área  (Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, defendeu a importância da desestatização e disse que o baixo valor cobrado pela empresa de energia deve-se a seus elevados passivos.

“Isso precisa estar claro, porque alguém apressadamente poderia dizer que uma companhia está sendo vendida por 100 mil reais. Mas na verdade o que está sendo levado por 100 mil, além da obrigatoriedade de investimentos, é um conjunto de obrigações”, afirmou ele.

A negociação da CEEE-D exigiu mudança prévia na Constituição estadual do Rio Grande do Sul, que previa realização de plebiscito para a venda de algumas empresas públicas locais incluindo a elétrica.

A CEEE-D atende 1,6 milhão de clientes em 72 municípios gaúchos.

(Atualizada às 09h20)

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