Política

Escolas e estudantes precisam de melhor acesso à internet para enfrentar pandemia, apontam especialistas

23 nov 2020, 19:00 - atualizado em 23 nov 2020, 19:00
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Cerca de 5,8 milhões de estudantes não têm acesso à rede mundial de computadores (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A universalização do acesso à internet para escolas, professores e alunos é essencial para enfrentar o ano letivo de 2021, que terá continuidade do ensino híbrido por conta da pandemia do coronavírus e precisará recuperar conteúdos que foram prejudicados em 2020.

Essa foi uma das conclusões do grupo de especialistas que participou, nesta segunda-feira (23), de debate sobre o projeto de lei (PL 3477/20) que prevê a garantia dos serviços de internet de qualidade a estudantes da escola pública. A proposta determina que o dinheiro para essa política pública venha do Fust.

Mediador do debate, o deputado Professor Israel Batista (PV-DF) levou dados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que corroboram a necessidade de universalização da internet na rede pública de ensino. Cerca de 5,8 milhões de estudantes não têm acesso à rede mundial de computadores.

“Quando a gente fala de internet no meio rural, o acesso é muito limitado. Quando a gente fala de estudantes de baixa renda, a gente vê uma dificuldade de equipamentos, porque as famílias dividem o mesmo equipamento entre os pais e as crianças, os estudantes da casa. Então isso nos deixa nessa emergência para dar um tratamento para esse assunto”, afirmou.

Relatora do projeto em discussão na Câmara, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) acrescentou estatísticas do instituto Data Favela: quase 50% dos alunos que moram em comunidades não estão conseguindo acompanhar as aulas remotas e mais da metade deles pensa em abandonar os estudos por causa disso.

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Tabata Amaral, relatora do projeto de lei 3477/20 (Imagem: Gustavo Sales/Câmara dos Deputados)

Para a representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, se as escolas das áreas periféricas não acompanharem o desenvolvimento da tecnologia, a evasão vai aumentar.

“Se o Estado não chega, se a educação não chega, se a conectividade não chega — para o estudante da periferia, principalmente —, quem chega antes é a violência, o tráfico, a violência policial e tantas outras coisas que fazem com que esse estudante perca a perspectiva de estudar, perca a perspectiva de futuro, de transformar a sua vida e a de sua família através do acesso à educação”, apontou.

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