Esta construtora já subiu 160% em 2025, e o BTG espera ainda mais

O BTG Pactual iniciou a cobertura da Moura Dubeux (MNDE3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40, indicando uma potencial valorização de cerca de 39%.
Em 2025, os papéis da companhia já acumulam alta de mais de 160%, passando de R$ 10,80 no final do ano passado para os atuais R$ 28,50. Acompanhe o Tempo Real.
Em relatório, os analistas Gustavo Cambauva e Gustavo Fabris destacam que a empresa combina algumas das características mais importantes para uma construtora, sendo uma delas a liderança no Nordeste.
Entre as incorporadoras listadas em Bolsa, o BTG ressalta que a Moura Dubeux é a única com forte exposição à região, onde há o segundo maior mercado do país.
Atualmente, 100% do estoque de terrenos da companhia está localizado no Nordeste, distribuído em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Alagoas e Paraíba.
Segundo a casa, essa experiência regional e o conhecimento local conferem à construtora uma vantagem competitiva significativa, funcionando como barreira para a entrada de novos concorrentes.
Diversificação
O banco também destaca a diversificação do portfólio da Moura Dubeux. Além de atuar nos segmentos de média e alta renda, a empresa está expandindo, por meio das marcas Mood e Única, sua presença à baixa renda, especialmente pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
O BTG aponta que esse movimento oferece resiliência para as receitas, já que o mercado de baixa renda é mais estável e se beneficia do programa habitacional do governo.
“A Moura Dubeux reúne a maior parte do que você espera de uma construtora. Sua estrutura de capital enxuta permite crescimento com menores necessidades de capital de giro, resultando em forte ROE e baixa alavancagem”, diz o relatório.
Valuation atrativo
Desde seu IPO, em fevereiro de 2020, a empresa já lançou mais de 68 empreendimentos, chegando a um valor geral de vendas (VGV) acumulado de R$ 8 bilhões.
Mesmo assim, os analistas projetam que a companhia continue avançando significativamente, com um crescimento anual composto (CAGR) de 30% nos lucros por ação entre 2024 e 2027.
De acordo com o BTG, a construtora negocia a um múltiplo atrativo de 4,5 vezes o lucro estimado para 2026, o que, na visão da casa, justifica a recomendação de compra e o potencial de valorização.
“Em termos de valuation, vemos as ações com um desconto de 19% em relação às empresas de médio e alto padrão listadas, além de um desconto de 24% em relação às companhias de MCMV.”
Principais riscos
O relatório também aponta os principais riscos à tese de investimento, como fatores macroeconômicos. O mercado imobiliário é sensível às movimentações de taxas de juros e à disponibilidade de financiamento, o que pode reduzir a capacidade de compra dos consumidores.
Outro ponto de atenção é a captação da caderneta de poupança, principal fonte de financiamento do setor, que tem registrado saídas significativas.
Além disso, o crescimento pode ser limitado pelo próprio mercado do Nordeste, onde, apesar da valorização recente, os lançamentos de média e alta renda ainda estão abaixo dos níveis observados entre 2010 e 2014.
Entrevista com o CEO
Em entrevista recente ao Money Minds, programa do canal do Money Times no YouTube, o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, afirmou que a construtora tem como objetivo para o segundo semestre de 2025 aumentar a rentabilidade de suas operações.
“Vamos focar em aumentar a rentabilidade do nosso patrimônio. Já estamos acima de 20%, e nosso alvo é chegar a 24% até o final do ano”, ressaltou.
No segundo trimestre (2T25), a empresa reportou lucro líquido recorde de R$ 120 milhões, com alta anual de 60,6%. Já a receita líquida cresceu quase 70% em um ano, chegando a R$ 665 milhões.
Para acompanhar o programa na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.