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Está na hora de dar o benefício da dúvida à Ambev, diz XP

26 out 2020, 12:00 - atualizado em 26 out 2020, 13:03
Ambev
Por acreditarem que o mercado está “excessivamente pessimista” com o futuro da cervejaria, os analistas da XP Investimentos adotaram recomendação de compra à ação (Imagem: YouTube/Ambev)

A XP Investimentos reiniciou a cobertura das ações da Ambev (ABEV3) com uma perspectiva positiva sobre as operações da companhia no curto prazo. Por acreditarem que o mercado está “excessivamente pessimista” com o futuro da cervejaria, os analistas adotaram recomendação de compra, com preço-alvo para o fim de 2021 de R$ 17,15.

“As ações fecharam o último pregão em R$ 13,89, ou seja, ainda enxergamos um potencial de alta de 23% em relação aos níveis atuais”, afirmaram Leonardo Alencar e Larissa Pérez, autores do relatório divulgado nesta segunda-feira (26).

Segundo os analistas, a Ambev está se beneficiando de uma combinação de fatores. Além da recuperação das vendas e a expectativa da retomada da economia no Brasil, os analistas elogiaram as iniciativas de inovação da cervejaria, que devem mantê-la como líder de mercado.

A Ambev tem se dedicado cada vez mais em sua estratégia digital, expandindo as opções B2B (Business-to-business) e B2C (Business-to-Consumer) para todos os estados brasileiros e outros países.

“Acreditamos na transição que a Ambev vem realizando em seu modelo de negócio, deixando para trás um modelo antigo baseado em escala e passando a adotar um modelo novo, mais personalizado e focado no consumidor”, defenderam Alencar e Pérez.

Concorrência

Heineken
A Heineken atualmente lidera o segmento de cervejas premium, categoria que continua ganhando participação de mercado (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

De acordo com a XP, os maiores desafios da Ambev dizem respeito ao segmento premium. A Heineken é atualmente líder de uma categoria que continua ganhando participação de mercado, mesmo em períodos de economia mais fraca.

Apesar disso, a corretora acredita que o mainstream (onde a Ambev já se estabeleceu com as marcas Skol, Brahma, Corona, entre outras) seguirá como o maior segmento em volume e pode crescer ainda mais.

“O mercado ainda não está saturado, e ainda há espaço para mais empresas, ou para mais marcas, por meio de estratégias de compra, construção ou colaboração”, comentaram os analistas.

Terceiro trimestre

Após um segundo trimestre acima das expectativas, a XP está otimista com os resultados de julho a setembro de 2020 da Ambev. A corretora projeta um aumento anual de 26% nas vendas de cerveja da Ambev no Brasil, para quase 22 milhões de hectolitros.

Segundo os analistas, a aceleração nas vendas abre caminho para um aumento de preços – algo que tanto a Ambev quanto a Heineken começaram a fazer durante o terceiro trimestre.

Ambev
A XP acredita que está mais do que na hora dos investidores darem o benefício da dúvida à Ambev (Imagem: REUTERS/Divulgação)

Para 2021, a XP estima que a Ambev vai enfrentar um ano desafiador em termos de custos, pressionando as margens, que vão melhorar gradativamente na próxima década – mas nunca retornando a patamares recordes.

No mais, a corretora acredita que está mais do que na hora dos investidores darem o benefício da dúvida à companhia.

“Olhando pra frente, de fato a Ambev deve enfrentar um cenário cada vez mais desafiador e, caso ela falhe em se reinventar, suas margens podem ser erodidas rapidamente. Por outro lado, vale lembrar que no trimestre passado, a maior parte dos analistas esperava que os volumes de Cerveja Brasil recuassem 15-20% na comparação anual. Para a surpresa de muitos, inclusive para a nossa, os volumes caíram apenas cerca de 2%”, destacaram os analistas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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