À mercê das tarifas: Powell descarta corte de juros até ver se inflação esquenta entre junho e julho

Federal Reserve manteve os juros dos EUA estáveis em 4,25% a 4,50% na reunião de junho. (Imagem: Kevin Lamarque/Reuters)

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Jerome Powell afirmou que o Federal Reserve (Fed) está “bem posicionado” para esperar os impactos da política tarifária de Donald Trump antes de considerar quaisquer ajustes nos juros dos Estados Unidos (EUA).

“As mudanças nas políticas continuam a evoluir, e seus efeitos sobre a economia permanecem incertos”, disse Powell.

O presidente do banco central esteve no Congresso do país na terça (24) e na quarta-feira (25) para responder perguntas dos parlamentares em sabatina. No primeiro dia, ele foi à Câmara dos Deputados e, depois, ao Comitê Bancário do Senado.

Mesmo com a inflação mais moderada, o Fed espera que as tarifas levem a preços mais altos. A expectativa, segundo o chair, é de que os efeitos apareçam nos dados de junho ou julho.

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“Se olhássemos apenas os dados, continuaríamos cortando os juros, mas as projeções indicam uma alta significativa na inflação, devido às tarifas. Não podemos ignorar isso”, afirmou.

Powell ponderou, inclusive, que, caso houvesse redução da incerteza e definição das tarifas finais, o Fed poderia, potencialmente, estar em posição de retomar o afrouxamento monetário.

O presidente da autarquia disse que não há conhecimento recente sobre o impacto do aumento das tarifas nos preços, especialmente considerando que houve uma redução desse tipo de tributo desde a Segunda Guerra Mundial.

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Ele ponderou que, se as tarifas não causarem efeito inflacionário, o banco central estará “perfeitamente abertos à ideia de que o repasse aos consumidores será menor e será importante para a política monetária”.

“Se as pressões inflacionárias permanecerem contidas, chegaremos a um ponto em que reduziremos os juros cedo ou tarde. Não quero apontar para uma reunião específica. Não acho que precisemos ter pressa”, afirmou.

O Fed tem mantido os juros estáveis no intervalo de 4,25% a 4,50% desde dezembro de 2024. As projeções econômicas divulgadas na última semana mostram que os diretores preveem a redução de 0,50 ponto percentual da taxa até o fim deste ano.

O presidente Donald Trump, à contramão, tem pressionado o Fed à cortes imediatos e significativos dos juros.