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EUA acusam trader de Connecticut de suborno para fechar contratos com Petrobras (PETR4)

17 fev 2023, 17:30 - atualizado em 17 fev 2023, 17:31
Petrobras
(Imagem: (Tânia Rêgo/Agência Brasil/Flickr)

Os promotores dos Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira acusações de corrupção contra um trader de petróleo e gás do Estado norte-americano de Connecticut e um outro homem por seus supostos envolvimento em um esquema de suborno para fechar negócios com a Petrobras (PETR3;PETR4).

O Departamento de Justiça dos EUA disse que entre 2010 e 2018, Glenn Oztemel, de 64 anos, de Westport, Connecticut, e Eduardo Innecco, de 73 anos, um trader de petróleo e gás ítalo-brasileiro, pagaram subornos para ajudar duas empresas de Connecticut a fechar contratos e saber detalhes confidenciais sobre os negócios de óleo combustível da Petrobras.

De acordo com uma acusação de sete crimes, os réus e outros conspiradores usaram contas de email pessoais e aplicativos de mensagens criptografadas para ocultar o esquema, principalmente em relação às informações recebidas de Rodrigo Berkowitz, ex-trader de combustíveis da Petrobras em Houston, em troca de propinas.

Os réus também usaram linguagem codificada, com referências a café da manhã e porções de café da manhã, para se referir a subornos e valores de propina, bem como nomes fictícios, como quando Innecco se autodenominou “Spencer Kazisnaf”, segundo a acusação.

Ambos os réus foram acusados no tribunal federal de New Haven, Connecticut, de suborno, lavagem de dinheiro e conspiração, e, se condenados, podem enfrentar décadas de prisão.

Oztemel foi preso na Flórida na quarta-feira e liberado sob uma fiança de 3 milhões de dólares após uma audiência realizada na quinta-feira em Miami. Seu advogado não respondeu imediatamente a pedidos de comentários. Innecco está foragido.

Antes de se aposentar em 2020, Oztemel trabalhou para a Freepoint Commodities, com sede em Stamford, Connecticut, como diretor na área de combustíveis e operações nos EUA, e Innecco realizou trabalhos de consultoria na empresa.

As autoridades brasileiras investigaram funcionários da Freepoint como parte da operação Lava Jato, uma grande investigação sobre suspeitas de pagamento de propina envolvendo a Petrobras que durou sete anos.

Berkowitz disse a essas autoridades que deu dicas aos funcionários da Freepoint sobre quanto a concorrência estava oferecendo em um leilão de combustíveis da Petrobras, permitindo que a Freepoint apresentasse lances um pouco mais altos, mas sem exagerar.

A Freepoint não foi acusada. Em comunicado, a empresa disse que “não tolera corrupção ou práticas comerciais ilegais” e que a alegada má conduta viola as políticas e o compromisso da Freepoint de seguir a lei.

Berkowitz se declarou culpado em fevereiro de 2019 por conspiração para lavagem de dinheiro. A definição de sua sentença está marcada para 27 de abril em um tribunal federal do Brooklyn.

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