Saúde

Europa estuda passos para enfrentar nova onda de coronavírus

25 set 2020, 10:44 - atualizado em 25 set 2020, 10:44
Coronavírus
Quando a Espanha volta a ser o país mais atingido na Europa, crescem as tensões entre autoridades locais de Madri e o governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que pede um lockdown em toda a cidade (Imagem: Itamar Crispim/Fiocruz)

A pressão crescente sobre líderes europeus para controlar a pandemia de coronavírus atingiu a Espanha em um momento em que a região se torna novamente epicentro global.

Quando a Espanha volta a ser o país mais atingido na Europa, crescem as tensões entre autoridades locais de Madri e o governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez, que pede um lockdown em toda a cidade.

A proposta foi imediatamente rejeitada pela administração do governo regional, que é controlado pelo maior partido de oposição à coalizão de Sánchez.

As maiores economias da Europa enfrentam um avanço preocupante dos casos de coronavírus, o que aumenta os riscos para a recuperação já lenta. Na quinta-feira, a França teve novo recorde de casos de Covid-19, e o Reino Unido registrou o maior total diário desde o início da pandemia. A Alemanha teve o maior número de novos casos desde abril.

Autoridades da região combatem a segunda onda com uma série de medidas graduais chamadas de lockdown lite”. Mas mesmo essas restrições limitadas geram protestos. Madri teve manifestações contra o confinamento de áreas da classe trabalhadora. Moradores alegam que o governo regional está discriminando essas áreas e poupando bairros mais ricos.

O ministro da Saúde da França, Olivier Veran, planeja uma visita a Marselha para enfrentar críticos da ordem do governo para fechar bares e restaurantes na cidade portuária do Mediterrâneo por pelo menos duas semanas. Durante uma visita ao maior hospital da região, o ministro planeja destacar os escassos recursos de saúde na segunda maior área urbana da França.

Em conferência de imprensa organizada às pressas na sexta-feira, o ministro da Saúde da Espamha, Salvador Illa, exortou o governo de Madri – que realizava sua própria conferência ao mesmo tempo – a “tentar assumir o controle”.

No entanto, o governo de Madri estendeu as restrições de mobilidade a oito novas áreas, que se somam às 37 que foram atingidas por confinamentos na semana passada. As medidas impactam cerca de 1 milhão dos 6,7 milhões que vivem na região.

Não houve grandes mudanças entre segunda e sexta-feira para justificar as recomendações do governo espanhol, disse Antonio Zapatero, responsável regional de saúde.

Quase 40% dos leitos de UTI na região nos arredores da capital espanhola estão ocupados com pacientes de Covid-19, em comparação com 17% em todo o país, o que aumenta o espectro de um colapso do sistema de saúde semelhante às imagens sombrias vistas há alguns meses.

As hospitalizações por Covid na França subiram para mais de 6 mil pela primeira vez em dois meses na quinta-feira, enquanto o número de pacientes gravemente doentes está no nível mais alto desde o início de junho.

No Reino Unido, pelo menos 40 parlamentares do Partido Conservador apoiaram um projeto de lei que daria ao Parlamento mais poderes para desafiar medidas impostas pelo governo.

Havia 1.481 pessoas hospitalizadas com coronavírus na Inglaterra na quinta-feira, um aumento de cerca de 50% em relação à semana anterior, de acordo com dados do governo.

Um dilema fundamental enfrentado pelas autoridades é que o cumprimento das regras de isolamento continua sendo a exceção. Apenas uma em cada cinco pessoas no Reino Unido não saiu de casa após desenvolver sintomas, de acordo com estudo para o Departamento de Saúde e Assistência Social.

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