Estados Unidos (EUA)

Fed: alta de 1 pp nos juros é um risco, aponta ING

19 set 2022, 15:27 - atualizado em 21 set 2022, 11:36
Jerome Powell
Uma alta mais agressiva não sai do radar do mercado, que está preocupado com a inflação persistente nos Estados Unidos. (Imagem: Flickr/ Federal Reserve)

A maioria do mercado está confiante que o Federal Reserve vai elevar a sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual na quarta-feira (21) – será a terceira alta consecutiva nesse patamar.

No entanto, uma alta mais agressiva, de 1 pp, não sai do radar do mercado, que está preocupado com a inflação persistente nos Estados Unidos.

Em agosto, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,1% na base mensal e avançou 8,3% no confronto anual, ficando acima das projeções de alta de 8%.

“Esperamos uma terceira alta consecutiva de 0,75 pp. A inflação alta significa que o 1pp é um risco, mas as expectativas de inflação e os planos de preços corporativos parecem menos ameaçadores e as perspectivas de crescimento são mais incertas”, aponta o ING em relatório. “Ainda assim, uma mensagem mais agressiva em torno da inflação rígida fará com que o Fed reflita sobre uma taxa terminal de 4,25%-4,5%.”

De acordo com os economistas do banco, a inflação é mais rígida do que o esperado e não há muito que o Fed possa fazer sobre a atual alta nos preços. O que importa é como o banco central americano vê a inflação para os próximos meses.

O mercado de trabalho continua forte e os dados de atividade de curto prazo vêm se sustentando, mas há sinais nas expectativas inflacionárias que sugerem que a inflação pode não estar tão embutida quanto se teme.

Dados da National Federation of Independent Businesses, por exemplo, revelam que a proporção de empresas que pretendem aumentar os preços dos produtos nos próximos três meses caiu de 51% em maio para 32% em agosto.

Apostas na mesa

De acordo com o rastreador FedWatch do CME Group, a chance de um reajuste ainda mais agressivo é de 16%.

Já a chance de uma alta de 0,75 pp está em 84%, enquanto o reajuste menor, de 0,50 pp, é nulo.

Há uma semana, as apostas no mercado futuro dos Fed Funds já estavam pendendo para um aperto maior. À época, o placar estava em 91% para 0,75 pp, com 9% para 0,50 pp.

Próximas reuniões

Mesmo que a alta não seja de 1 pp, as reuniões de novembro e dezembro devem mostrar uma postura mais rigorosa por parte do Fed.

A projeção do ING é de uma alta de 0,50 pp em novembro, seguida por outra de 0,25 pp em dezembro – no entanto, essa última pode facilmente subir para 0,50 pp.

O banco, por outro lado, não espera por altas em 2023. Segundo os economistas, uma política monetária apertada pode agravar as chances de uma recessão, somada ao pano de fundo geopolítico, desaceleração da China e racionamento de energia na Europa.

Sobre a inflação, a expectativa é de queda acentuada com o enfraquecimento do mercado imobiliário e queda no preço dos carros usados.

“Também devemos lembrar que o período médio de tempo entre o último aumento da taxa e o primeiro corte foi, em média, de seis meses nos últimos 50 anos. Dados os riscos para o crescimento e o potencial de inflação mais baixa, projetamos cortes de juros ao longo do segundo semestre de 2023”.

Siga o Money Times no Instagram!
Conecte-se com o mercado e tenha acesso a conteúdos exclusivos sobre as notícias que enriquecem seu dia! Sete dias por semana e nas 24 horas do dia, você terá acesso aos assuntos mais importantes e comentados do momento. E ainda melhor, um conteúdo multimídia com imagens, vídeos e muita interatividade, como: o resumo das principais notícias do dia no Minuto Money Times, o Money Times Responde, em que nossos jornalistas tiram dúvidas sobre investimentos e tendências do mercado, lives e muito mais…Clique aqui e siga agora nosso perfil!

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.