Mercados

Fed avisa: Mercado pode esquecer taxa a 5,1%; juros final será maior

07 mar 2023, 17:13 - atualizado em 07 mar 2023, 17:13
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Powell falou hoje ao Senado americano e defendeu continuidade do aperto monetário (Imagem: REUTERS/Elizabeth Frantz)

Em sua primeira aparição diante do Congresso americano em nove meses, Jerome Powell, presidente do Fed, não amaciou o tom do combate à inflação.

Pelo contrário, deixou claro em sua arguição que a autoridade monetária deve revisar a projeção de dezembro, que colocava como ponto final uma taxa de juros a 5,1%.

Segundo o presidente do Fed, os dados macroeconômicos vistos até o momento sugerem que a taxa final “pode muito bem ser maior do que a que definimos em dezembro”. Dados da folha salarial de fevereiro serão conhecidos na sexta-feira, enquanto o CPI será divulgado na semana que vem.

A propósito, a faixa dos 5,1% pode ser superada já nesta reunião de março. As falas do presidente do BC norte-americano ajustaram a posição majoritária das apostas dos Fed Funds, que agora favorecem um cenário de aumento em 0,50 ponto-percentual (p.p.) em quase 68% das apostas.

O ajuste de 50 pontos-base incrementaria a taxa-base de juros dos EUA para a faixa dos 5-5,25%.

Mas esse também não deverá ser o fim da estrada. De acordo com estimativas da XP, citadas pelo operador de renda variável Gabriel Mota da Manchester Investimentos, está na mesa, pelo menos, um intervalo de 0,75 p.p. até que o Federal Reserve interrompa o ciclo.

Dessa maneira, a nova fronteira dos juros estaria alocada na faixa de 5,50-5,75%, o maior nível desde a crise da bolha da Internet, no início dos anos 2000.

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Presidente do Fed impõe sell-off em Wall Street

A fala de Powell foi um golpe duro a qualquer resquício de otimismo que ainda pudesse existir nos corredores de Wall Street.

Ao fim da audiência, o Dow Jones, índice das 30 maiores empresas americanas, firmou uma queda maior do que 1,5%. S&P 500 e Nasdaq acompanham o passo, com perdas de, respectivamente, 1,6% e 1,28%.

Do lado das Treasuries, a expectativa de mais juros deu fôlego aos rendimentos dos títulos soberanos, sobretudo os de curto prazo, dimensionando os riscos à economia norte-americana. As T-bills de 2 anos alcançaram a marca dos 5,019%, ao subir 0,119 ponto percentual entre ontem e hoje.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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