Mercados

Fed entregará juros mais suaves em dezembro? Veja o que dizem esses indicadores

12 dez 2022, 18:27 - atualizado em 12 dez 2022, 18:27
Fed
Comitê do Fed se encontra pela última vez do ano para decidir taxa de juros (Imagem: Reuters/Leah Millis/File Photo)

Os dirigentes do Federal Reserve reúnem-se nesta semana sob expectativas de solavancos menores para a economia daqui em diante.

A aposta em um aumento de 0,50 ponto percentual — colocando a taxa de juros entre 4,25-4,50% ao final de 2022 — tornou-se majoritária desde que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) divulgou a ata da última reunião.

O documento chamou atenção ao indicar que a autoridade monetária está disposta à diminuir o ritmo dos aumentos, de maneira a conciliar o combate da inflação à capacidade de recuperação da atividade econômica.

Nesse contexto, os últimos indicadores de inflação e do mercado de trabalho são cruciais para determinar se o Fed cumprirá com o aceno aos investidores globais e entregará uma taxa de juros mais ‘amigável’ nesta quarta-feira (14) às 15h. Confira o que eles dizem.

Fed lida com mercado de trabalho aquecido

Com exceção de março e de setembro, os dados de payroll de 2022 superaram as expectativas de agentes econômicos e mostram um mercado de trabalho em expansão.

Em novembro, o último dado da série, a história não foi diferente: o indicador mostrou um forte aumento de 263 mil postos de trabalho, ao passo que a taxa de desemprego permaneceu intocada nos 3,7%.

Apesar dos números oficiais denotarem um crescimento de vagas, a leva de demissões que começou nas empresas de tecnologia e se dissemina pouco a pouco para outros setores da economia mostra que o mercado de trabalho americano começou enfim a sentir os efeitos do aperto monetário inaugurado há nove meses.

Para controlar a inflação advinda da carga salarial e do consumo, a missão do momento para o Fed consiste em tentar reduzir a demanda por mão de obra, sem elevar demais a taxa de desocupação.

Nesse sentido, a tendência de demissões, aliada à indisposição de um número crescente de empresas em contratar pode trazer a mensagem aos dirigentes do Fed de que é hora de afrouxar as rédeas e aguardar o impacto ‘acumulado’ até agora.

Tendências da inflação começam a moderar

Outros três indicadores que estão na mira do Fed são o PPI, o PCE e o CPI. Em comum, todos eles são índices de preços.

Com relação à inflação ao produtor, o PPI de novembro mostrou um aumento de 0,3%, acima da expectativa.

Apesar do aumento, as tendências subjacentes de inflação começaram a se moderar, à medida que as cadeias de abastecimento melhoram e a demanda por bens enfraquece.

Tal cenário fez com que a medida de preços pagos pelas fábricas do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) chegasse a mínima de dois anos e meio em novembro.

Já o PCE, o índice inflacionário ‘preferido’ de inflação do Fed ficou em 0,3%, mantendo a leitura de outubro, dentro das expectativas do mercado. Nos 12 meses até outubro, o PCE aumentou 6,0%, após avançar 6,3% em setembro.

Por fim, o CPI de novembro é a última peça desse quebra-cabeça monetário. O dado será divulgado amanhã (13), mas não há indicações de que traga uma surpresa.

A expectativa em Wall Street é que a tendência de desaceleração da inflação acusada nos outros dados também seja confirmada pelo CPI americano, o que pavimentaria o caminho para o aumento mais discreto do Federal Reserve.

Na estimativa do Bank of America (BofA), o “CPI aumentará 0,2% na base mensal, em comparação a um aumento de 0,4% visto anteriormente, com destaque para a queda dos preços de energia”.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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