Economia

Fim do coelho? Páscoa perde espaço no comércio enquanto ainda tenta se recuperar da pandemia; entenda

27 mar 2023, 13:35 - atualizado em 27 mar 2023, 13:36
páscoa
A Páscoa de 2020 registrou o pior resultado nos últimos 10 anos, afetada pelo período mais rigoroso de isolamento social. (Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Já se foi o tempo em que os supermercados enchiam os corredores com ovos de Páscoa pendurados. Nos últimos anos, a data perdeu força nas vendas no comércio e o faturamento segue abaixo da pandemia.

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a projeção das vendas no varejo para a Páscoa deste ano é de 2,8% acima do ano passado, totalizando R$ 2,49 bilhões. O problema é que esse resultado ficaria 2,7% abaixo do nível pré-pandemia.

A Páscoa de 2020 registrou o pior resultado nos últimos 10 anos, afetada pelo período mais rigoroso de isolamento social. Desde então, o faturamento ainda não conseguiu voltar ao patamar do pré-pandemia.

Fonte: CNC

 

  • Entre para o Telegram do Money Times!
    Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

Veja o que pode interferir nas vendas de Páscoa

Recuperação econômica

José Roberto Tadros, presidente da CNC, destaca que a Páscoa representa a sexta data comemorativa mais relevante do calendário do varejo nacional e que o setor conta com a recuperação econômica para retomar as vendas.

“Gradativamente, a retomada da economia vai se robustecendo e reaquecendo o varejo”, afirma. “A tendência é que as perdas provocadas pela pandemia sejam revertidas a partir da melhoria do contexto macroeconômico”, completa.

Vale destacar que o governo Lula decretou guerra ao Banco Central justamente por a autoridade monetária manter a Selic em 13,75% ao ano. Isso, segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está atrapalhando na recuperação da economia brasileira e o mercado de crédito.

O crédito cada vez mais caro e a inadimplência são dois fatores que estão pressionando o varejo.

  • Entre para o Telegram do Money Times!
    Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!

Páscoa mais cara

Os produtos comuns para a época também estão mais salgados, sendo que um indicativo da expectativa do varejo para essa data costuma ser a importação de produtos típicos.

De acordo com registros da Secretaria de Comércio Exterior, tabulados pela CNC, a quantidade importada de chocolates, por exemplo, neste ano (2,76 mil toneladas), avançou 6,5% em relação ao ano passado, sem igualar as compras de 2020 (3,00 mil toneladas).

Por sua vez, outro produto tipicamente importado nesta época do ano, o bacalhau, acusa recuo de 32,7% nas quantidades importadas frente a Páscoa de 2022.

Segundo Fabio Bentes, responsável pela pesquisa da CNC, a valorização do real compensou parcialmente a alta nos preços internacionais desses produtos.

Às vésperas da Páscoa de 2022, por exemplo, a taxa de câmbio era de R$ 5,25 para US$ 1. Atualmente, houve recuo de quase 2% (R$ 5,15 para US$ 1). No entanto, o preço de importação do bacalhau subiu 85,9% e o dos chocolates, 10,9%.

“A queda nas importações do pescado, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolate, é um indício de que o varejo pode estar apostando na melhor saída de produtos mais baratos”, aponta.

Em relação à inflação, considerando o IPCA-15, a cesta de bens e serviços relacionada à Páscoa (chocolates, pescados diversos, bacalhau, bolo, azeite de oliva, refrigerantes, vinhos e alimentação fora de casa) está 8,1% mais cara do que a do ano passado.

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.