Esportes

Flamengo vale mais que Gafisa e Positivo? Se estivesse na bolsa, sim!

26 nov 2019, 18:30 - atualizado em 26 nov 2019, 19:22
Flamengo conquista Libertadores 2019 com Gabigol
Bolão: Gabigol faria a festa dos investidores nesta semana na Bolsa (Imagem: Divulgação/Flamengo/Facebook)

A esta altura, você já está careca de saber que, dificilmente, um clube repetirá a façanha do Flamengo em 2019. Num intervalo de apenas 24 horas, a equipe conquistou a Libertadores com uma virada histórica e o campeonato brasileiro de futebol. Mas o time também bateria um bolão na bolsa, se tivesse capital aberto? Para Felipe Silveira, analista da Capital Research, a resposta é: haveria grandes chances.

Para começar, é necessário atribuir um valor de mercado ao clube. Não é nenhuma loucura, já que grandes potências do futebol mundial, como Barcelona, Real Madrid e Manchester United têm ações listadas em bolsa. Para Silveira, o time carioca poderia valer cerca de R$ 1,1, bilhão.

Seu cálculo baseia-se na média do Ibovespa, o principal índice da B3 (B3SA3). O analista lembra que, até setembro, as receitas efetivamente realizadas somaram R$ 634 milhões, com superávit de R$ 74 milhões (a rigor, os clubes brasileiros são entidades sem fins lucrativos). Isso significa uma margem de lucro de 11,8%.

Assim, se o Flamengo realmente faturar R$ 1 bilhão, conforme o esperado, o lucro líquido chegaria a cerca de R$ 120 milhões. Se tivesse de pagar todos os impostos que incidem sobre as empresas privadas, a cifra baixaria para R$ 80 milhões.

Clube do bilhão

De qualquer modo, isso resultaria num valor de mercado próximo de R$ 1,1 bilhão. “De toda forma, o clube estaria classificado como uma small cap na bolsa”, afirma Silveira.

Ok, o rubro-negro não estaria no clube de elite do mercado, as conhecidas blue chips, mas pense no seguinte: seu valor de mercado superaria empresas tradicionais em seus setores e veteranas do mercado de capitais. A Restoque (LLIS3), dona da marca Les Lis Blanc, por exemplo, é cotada em R$ 861 milhões.

Positivo
De goleada: apesar da disparada recente de suas ações, a Positivo valeria metade do Flamengo na bolsa (Imagem: Positivo/Youtube)

A Positivo (POSI3), cujas ações dispararam 232% neste ano e que foi elevada à recomendação de compra pelo BTG Pactual, é avaliada em R$ 654,1 milhões. E a Gafisa (GFSA3), tradicional incorporadora, valeria cerca de um quarto do Flamengo: R$ 237 milhões.

É claro que manter esse nível de avaliação não seria um passeio em campo para o clube. Silveira lembra que a receita (e, portanto, os lucros) do time depende de diversos fatores, como a venda de jogadores, bilheteria, patrocínios e direitos de transmissão.

Tudo isso melhora, à medida que o time vai bem. A contrapartida também é verdadeira: uma má temporada poderia arruinar os negócios e, com eles, suas ações na bolsa.

“Os resultados muito voláteis, por sinal, poderiam afastar alguns investidores e pressionar o valor”, alerta o analista.

Mas, a paixão também poderia sustentar parte do valor. “Para o flamenguista, o fato de ser dono de uma fatia do clube do coração poderia ter um valor emocional intrínseco muito maior do que o valor financeiro de outras empresas na bolsa.” Quem disse que o mercado acionário não pode ser movido a paixão?

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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