Política

Flávio Bolsonaro corteja o mercado, ainda sem um nome forte na economia para chamar de seu

17 dez 2025, 9:02 - atualizado em 17 dez 2025, 9:02
Flavio Bolsonaro Jair Bolsonaro
Flávio Bolsonaro se reúne com investidores e líderes empresariais em São Paulo, buscando construir credibilidade para sua candidatura presidencial de 2026. (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O senador Flávio Bolsonaro tem se movimentado para tentar superar o ceticismo inicial de investidores em relação à sua candidatura presidencial em 2026, impulsionada por seu pai a partir da prisão, mas ainda pode levar meses até que apresente uma agenda concreta e seu nome forte na economia para tocá-la, disseram pessoas familiarizadas com os planos.

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Após um almoço na última quinta-feira no escritório do UBS em São Paulo, no qual participantes questionaram a seriedade de sua investida eleitoral, o senador se reúne nesta semana com bancos, fundos de investimento, líderes empresariais e um podcast voltado ao mercado, disseram duas fontes à Reuters.

Uma pessoa a par dos planos afirmou que ele dificilmente definirá um programa econômico antes de fevereiro. Até lá, pretende manter uma agenda intensa de reuniões com o setor privado e viagens internacionais, incluindo uma visita aos Estados Unidos.

O objetivo, segundo as fontes, é apresentar a candidatura como crível a um segmento que ajudou a levar seu pai, Jair Bolsonaro, ao Palácio do Planalto em 2018. O ex-presidente, que cumpre pena por envolvimento em uma trama golpista após sua derrota eleitoral de 2022, indicou neste mês o filho mais velho para disputar o cargo máximo do país em 2026.

A decisão foi mal recebida pelo mercado, com imediata queda do dólar e da bolsa. Muitos investidores apostavam que Bolsonaro apoiaria um candidato com passagem pelo Executivo, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seu ex-ministro, para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no próximo ano.

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Lula aparece atualmente com vantagem de 10 pontos percentuais sobre ambos os potenciais adversários em cenários simulados de segundo turno, segundo pesquisa de intenção de voto divulgada na terça-feira pelo instituto Quaest.

Flávio Bolsonaro elevou o grau de ceticismo com sua candidatura nos dias seguintes ao dizer que poderia retirá-la “por um preço”, enquanto aliados pressionavam no Congresso para reduzir a pena de seu pai. Desde então, o senador prometeu que a permanência na disputa é para valer, comprometendo-se a elaborar uma agenda amigável ao mercado como o “Bolsonaro mais centrado” da família.

Diferentemente do pai, que durante a campanha de 2018 delegava questões econômicas ao economista liberal com PhD pela Universidade de Chicago Paulo Guedes, mais tarde seu ministro da Economia, o senador ainda não indicou um nome para coordenar suas propostas.

No almoço no UBS, Flávio Bolsonaro disse que sua agenda espelhará as políticas pró-mercado do pai, com privatizações, redução de impostos e disciplina fiscal, segundo participantes. Eles afirmaram que o senador sugeriu que sua política econômica poderia ser liderada por alguém como Guedes, o ex-presidente do Banco Central Roberto Campos Neto ou o ex-presidente do BNDES Gustavo Montezano.

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Guedes e Campos Neto até o momento não foram convidados a assumir um papel na nascente campanha do senador, nem demonstraram interesse, segundo pessoas familiarizadas com seus planos.

Guedes tem dito a interlocutores que reluta em voltar à linha de frente da política diante da forte polarização no país. Campos Neto tornou-se vice-chairman do Nubank em julho.

Montezano, hoje presidente-executivo da gestora YvY Capital, esteve no almoço do UBS, mas afirmou por meio de sua assessoria que participou apenas como convidado, a convite dos organizadores.

“O fato é que será alguém que trabalhou com Guedes, ou é próximo, ou tem o mesmo alinhamento de projeto – isso com certeza,” disse uma das fontes, acrescentando que ainda é cedo para definir um único nome.

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Outras duas fontes disseram que Flávio Bolsonaro procurou recentemente Adolfo Sachsida, que comandou a Secretaria de Política Econômica no ministério de Guedes e depois foi ministro de Minas e Energia.

A conversa teve foco amplo em apoio político, e não em um papel específico na campanha, disse uma das fontes.

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.

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