Flávio Day: A percepção e o que realmente conta para os gringos
Os gringos parecem não ter se preocupado tanto com o ‘Flávio Day’, dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou o seu filho, Flávio Bolsonaro, como o candidato e a bolsa despencou 4%.
A percepção foi compartilhada em relatório do BTG Pactual. Analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel, Thiago Paura e Bruno Henriques estiveram reunidos com investidores internacionais para entender o sentimento deles com relação ao país.
De acordo com o documento, os investidores não estavam excessivamente preocupados, com o entendimento de que, no fim do dia, nada mudou de forma tão significativa — “algo que acreditamos estar alinhado com o desempenho muito mais calmo do mercado até aqui nesta semana”.
“No fim das contas, o enfraquecimento do dólar e a diversificação dos investidores globais para fora dos EUA, com mercados emergentes como principais beneficiários, parecem ser o fator mais relevante”.
Ainda segundo os analistas, as eleições de 2026 serão importantes sem dúvida, mas para os estrangeiros isso não
parece tão binário quanto é percebido por nós, locais.
Há ainda a percepção de que poderemos ter dois “trades de ciclo de afrouxamento” em 2026. O primeiro, que
beneficiaria principalmente empresas com alavancagem atrelada à Selic.
E o segundo, dependendo de quem for o novo presidente e de sua política fiscal, “que poderia levar a Selic ainda mais para baixo e, mais importante, reduzir as taxas longas”.
Flávio Bolsonaro: “Mercado logo vai se convencer”
Em resposta, o senador afirmou que, em breve, o mercado financeiro deverá rever a leitura inicial de que sua candidatura teria menos chances de vencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
“O mercado partiu do princípio de que a minha candidatura tem menos chances de ganhar do Lula do que a do Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo]. Em um curtíssimo espaço de tempo, todos vão ver que estavam equivocados”, disse em entrevista ao Irmãos Dias Podcast nesta quinta-feira (11).
Para o senador, a queda de mais de 4% do Ibovespa após o anúncio foi uma reação “natural”, já que grande parte das análises precificava Tarcísio como o candidato apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Eu tenho as características de todos os outros candidatos que estavam colocados anteriormente: experiência, força política e aceitação. E ainda trago o sobrenome Bolsonaro”, disse.