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Francesa Bitit encerra suas atividades em meio ao ciclo de alta do bitcoin

15 abr 2021, 14:24 - atualizado em 15 abr 2021, 14:24
Em seu site, a corretora anuncia: “Bitit está fechando suas portas. Todas as coisas boas têm um fim. Alguns fins só acontecem mais cedo do que o esperado” (Imagem: Bitit)

A corretora francesa de criptomoedas Bitit está encerrando suas atividades após ter operado por seis anos.

O fechamento acontece em um momento em que o mercado cripto está tendo seu ciclo de alta e o bitcoin (BTC) está sendo negociado a US$ 62 mil.

“Iremos fechar a Bitit no fim de abril”, afirmou Nicolas Katan, cofundador e CEO da Bitit, em entrevista exclusiva ao The Block. A empresa está desativando seus recursos de compra e venda nesta quinta-feira (15) e irá desativar saques em 30 de abril.

Dificuldades operacionais, questões regulatórias e a perda de competitividade são os principais motivos por trás do fechamento, segundo Katan.

Em setembro de 2020, Bitit perdeu sua adquirente de cartão de crédito, o que impactou bastante seu negócio. Katan se negou a nomear o adquirente, mas o The Block descobriu que era a Transact Payments. A adquirente ajuda comerciantes a processarem pagamentos em cartão de crédito ou débito.

Cartões de crédito eram a opção mais popular na Bitit, segundo Katan. Quando a adquirente parou de trabalhar com a Bitit por conta de suas políticas internas sobre o trabalho com empresas cripto, levou quase dois meses para a Bitit encontrar outra adquirente.

“Durante esses dois meses, perdemos muito dinheiro”, contou ele.

Logo em seguida, em dezembro, o prazo limite para se registrar como uma fornecedora de serviços com criptoativos (VASP) com a francesa reguladora financeira AMF se aproximou.

Bitit tinha de se registrar como uma VASP até 18 de dezembro de 2020, mas não recebeu aprovação. AMF contou à Bitit que poderia continuar suas atividades, mas sem aceitar novos clientes.

“Isso nos matou”, segundo Katan. “Cerca de 90% de nossos volumes negociados vinham de novos clientes.”

Clientes existentes contribuíam com volumes “extremamente baixos”, de acordo com ele, pois consideravam Bitit “como um McDonald’s. Você vai lá, pede o que você quer e depois sai”.

Bitit era uma plataforma não custodial, ou seja, após comprar criptomoedas, clientes tinham de transferi-las para suas carteiras pessoais.

Katan disse que a Bitit teria continuado e se registrado como uma VASP, mas havia “muita insegurança” de obter sua participação de mercado novamente em meio a um ambiente cada vez mais competitivo.

“Se obtermos um registro de VASP, então precisaríamos esperar entre seis a oito meses para recuperar os volumes de negociação. Mas não temos certeza disso, pois perdemos toda a nossa competitividade. É realmente uma catástrofe”, explicou ele.

Competidores locais, bem como globais também impactaram a Bitit, pois era uma “guerra de taxas” contra essas plataformas, afirmou ele.

Katan fundou a Bitit em 2015 com Ugo Mare e Simon Potier. Eles impulsionaram a Bitit em uma plataforma de conversão de fiduciárias para cripto (“on-ramp”) nos primeiros anos de cripto. “O único problema que solucionamos nesses últimos seis anos foi a acessibilidade”, contou ele.

Bitit afirma ter atendido cerca de 500 mil clientes de mais de 50 países e processado mais de US$ 230 milhões de transações. “Fizemos tudo com € 5 mil [cerca de US$ 6 mil] em capital inicial e menos de € 250 mil [cerca de US$ 260 mil] arrecados”, afirmou Katan.

Em relação ao futuro, Katan disse que iria tirar uma folga para, em seguida, voltar ao setor cripto. Já Mare e Portier irão desenvolver projetos pessoais.

O que podemos aprender com o fracasso
de corretoras de criptoativos?

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