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FTX pode impactar ainda mais o mercado tradicional: “Tem muita coisa para ser revelada”, diz analista

10 nov 2022, 11:50 - atualizado em 10 nov 2022, 11:51
FTX FTT falência
(Imagem: Crypto Times)

Um dos maiores medos que rondam o mercado financeiro atualmente é a falência da segunda maior corretora de criptoativos, FTX, empresa irmã do Hedge Fund Alameda Research. Ambas pertencem ao empresário Sam Banman-Fried.

Aliás, ele é um dos fatores de indecisão que está derrubando o mundo cripto nos últimos dias.

O que parecia ser uma luz no fim do túnel, que era a aquisição da FTX por parte do Chanpeng Zhao, CEO da Binance, foi por água abaixo.

Após dar um suspiro ao mercado, e anunciar o interesse de comprar a FTX, o CEO da maior corretora cripto volta atrás.

Conforme anúncio da Binance, o problema foi após fazer a “due diligence”, ato de verificar os balanços, e a estrutura que a empresa se encontra no momento.

Quem poderá salvar a FTX?

Para André Franco, analista chefe do Mercado Bitcoin, o poder de salvar a FTX emanaria de Venture Capital (VC) dos Estados Unidos.

Franco lembra que existem mais de US$ 23 bilhões na mão destes investidores de risco que poderiam entrar no mercado cripto.

“Mas, dado que a Binance recusou a comprar, e era uma jogada estratégica, imagino que o rombo deve ser gigantesco”, diz.

O analista reforça que os VCs possuem estratégias específicas no mercado cripto, e é pouco provável que salvar um empresário, que está falindo, seria uma delas.

“Nesse caso, provavelmente não teria ninguém para salvar a FTX”, diz.

Tasso Lago, fundador da Financial Move, concorda com a colocação de Franco.  “As únicas empresas que podem salvar a FTX, neste momento, são qualquer fundo de investimento que poderia comprar com a intenção de reestruturar depois”, diz.

Lago também observa a estranheza no fato da Binance ter recusado a aquisição da corretora. “Nesse caso, existem duas hipóteses: ou a auditoria da FTX foi muito ruim, ou a Binance fez uma manipulação de mercado para, de fato, despejar o token da FTT, e quebrar a corretora”, diz.

Tasso diz que, no segundo cenário, os possíveis futuros compradores não perderiam o interesse em uma aquisição da FTX. Entretanto, se realmente o buraco na corretora está tão fundo assim, é quase impossível salvar.

“Possivelmente o mercado já está precificando a quebra da FTX, hoje estamos vendo o USDD perdendo a paridade com o dólar [e o USDT também está oscilando]. Isso é um receio do mercado em relação aos colaterais da FTX”, diz.

O fundador da Financial Move lembra que é um efeito em cascata, e que a FTX possuía outras empresas investindo nela, e não tem como saber até onde a cascata pode ir.

O efeito cascata dito por Franco, já pode ser visto rebatendo no mercado tradicional, quando a crise no mercado cripto puxou o índice S&P 500 para baixo nesta quarta-feira (9).

O que acontece se a FTX falir?

André Franco comenta que, em caso de falência, todos que investiram na corretora podem “marcar a zero” – ou seja, perder todo dinheiro que colocaram e, em consequência, também declararem falência.

“Obviamente isso impacta todo o mercado. Para você ter uma ideia, existem fundos do mercado cripto que possuíam bastante dinheiro lá. Inclusive do finado Luna, que tinha US$ 13 milhões dentro dessa corretora”, explica.

Franco diz que, quem tinha dinheiro na corretora pode considerar que já não tem mais. Afinal, das duas uma: ou não vai recuperar mais ou vai ser extremamente demorado.

“O impacto ainda vai ser visto dentro do mercado. Existe muita coisa para ser revelada ainda. Principalmente empresas que se diziam sólidas, mas, na verdade têm grande posição em FTX”, finaliza.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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