Fundos imobiliários: Como ficam após fim da eleição, inflação e transição de governo?

Os fundos imobiliários foram fortemente afetados pelos três meses seguidos de deflação, o que levou investidores a apostarem em outros ativos.

Porém, com o fim das eleições, inflação dando sinais de alta e com o início da transição de governo, as perspectivas são “bem positivas” para os FIIs, diz o especialista em renda variável da SVN Investimentos, Artur Menegazzo.

“Segundo o boletim Focus do Banco Central (BC), a taxa Selic tende a cair a partir de junho. Com isso, ocorre uma migração [de investidores] de ativos de renda fixa para renda variável“, diz.

Índice de fundos imobiliários volátil

Na volta do feriado doméstico, o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou praticamente estável (-0,01%), aos 2.989 pontos, com o maior volume de negócios em um mês, somando R$ 298 milhões.

O Ifix teve mais um pregão de volatilidade e, segundo Menegazzo, o que tem segurado o índice de FIIs são os fundos de recebíveis, após a prévia da inflação oficial do país (IPCA-15) apresentar alta, após três meses seguidos de deflação.

“Os fundos com carteiras concentrados em CRIs [Certificados de Recebíveis Imobiliários], com rendimentos indexados à inflação, puxaram a cota para cima. Durante a deflação, investidores venderam muitos papéis, o que abriu uma brecha de desconto no valor patrimonial dos fundos desse segmento”, comenta.

Entre os fundos, o destaque de alta ficou com TG Ativo Real (TGAR11) que subiu 2,37%, enquanto o fundo Riza Akin (RZAK11) recuou 3,60%, liderando as quedas.

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Pensando no novo governo

O analista da SNV avalia que, com a mudança de governo em 2023 e com a projeção de que a inflação tende a aumentar, investidores de longo prazo aproveitam essa oportunidade para comprar ativos com desconto.

“Investidores estão se programando para um novo governo, com alguns deixando de investir, enquanto outros aumentam posições [dos investimentos]. Isso sustenta essa volatilidade que o Ifix tem exibido”, acrescenta.

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