Internacional

Futuro de Netanyahu pode depender de rivais de direita e islâmicos após impasse eleitoral

24 mar 2021, 11:50 - atualizado em 24 mar 2021, 11:50
Benjamin Netanyahu
Netanyahu alegou uma “grande vitória” na eleição e disse que espera formar um “governo de direita estável” (Imagem: REUTERS/Amir Cohen)

A perspectiva de mais um mandato para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parecia incerta nesta quarta-feira, já que resultados parciais da quarta eleição nacional em dois anos não projetavam um caminho claro para a vitória.

Embora um resultado oficial ainda esteja a horas, senão dias, de distância, a contagem de cerca de 88% dos votos indicava que Netanyahu, líder do partido de direita Likud, teria que montar uma coalizão improvável que poderia incluir partidos judeus ultraortodoxos, ultranacionalistas e árabes para garantir mais um mandato.

Excetuando quaisquer surpresas dos votos ainda não somados, a paisagem eleitoral criou a probabilidade de mais uma eleição nacional.

A votação de terça-feira veio na sequência de três eleições inconclusivas, nas quais nem o premiê de 71 anos, nem seus oponentes de centro-esquerda conquistaram uma maioria no Parlamento de 120 cadeiras.

Projeções mostram o Likud emergindo como a maior sigla com 30 assentos, menos do que seus 36 atuais. O partido de centro Yesh Atid, comandado por Yair Lapid, aparecia em seguida com 18 cadeiras.

Lapid, de 57 anos, torcia para que houvesse siglas suficientes no bloco anti-Netanyahu para afastar o líder veterano, no poder desde 2009.

Netanyahu alegou uma “grande vitória” na eleição e disse que espera formar um “governo de direita estável”.

Normalmente, cabe ao maior partido tentar formar um governo, e isso pode exigir semanas de negociações nos bastidores.

Netanyahu pode ter que cortejar partidos judeus religiosos, além de alguns da extrema-direita e possivelmente até a Lista Árabe Unida (UAL), um partido islâmico conservador que os resultados parciais mostram conquistando cinco assentos.