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Game of Streamings: Casas da Disney, HBO Max e Netflix travam batalha épica; veja suas armas

11 ago 2022, 17:17 - atualizado em 11 ago 2022, 17:17
Streaming Netflix
Empresas do entretenimento travam um verdadeiro ‘jogo dos tronos’ pela sua atenção (Imagem: Shutterstock/Tada Images)

Os resultados da Walt Disney (DIS) eram aguardados desde o início da semana, com expectativas pouco modestas cravando um “crescimento monstruoso” no segundo trimestre deste ano.  

No after market desta última quarta-feira (10), a projeção dos números trimestrais, que pareciam pertencer ao mundo fantástico de um dos contos da Disney, foi concretizada e encantou os mercados. Imediatamente após a divulgação dos resultados, os papéis da empresa foram alçados para ganhos próximos a 5%, patamar mantido durante esta tarde.

A Disney reportou um aumento de 14,4 milhões de clientes, bem acima da previsão do mercado, acumulando uma base de 221 milhões de usuários. A cifra supera, em tese, o número de usuários da sua principal concorrente, a Netflix (NFLX), que informou previamente ser detentora de uma base de 220,7 milhões de assinantes. 

Mas, segundo comentário de Rodrigo Lima, analista de investimentos e editor da Stake, os dados da Disney+ podem estar ‘inflados’: “muitos assinantes dos streamings da Disney [o que envolve os serviços Disney, Hulu e ESPN+] podem estar sendo contados dupla ou triplamente”. Isso poderia implicar uma redução da vantagem frente ao Netflix, ou até mesmo sua anulação.

O balanço da empresa também citou aumento do lucro por ação para $1.08, avanço de receita de US$ 21,5 bilhões no último trimestre e melhora da divisão de parques acarretada pela recuperação do turismo nos Estados Unidos.

A empresa aproveitou o momento para anunciar um aumento de 38% no plano de streaming sem publicidade. A mudança, por enquanto, será feita somente no mercado americano.

A companhia também lançará um plano com anúncios de menor custo para o assinante.

A estratégia traduz um esforço da Disney+, plataforma de entretenimento da companhia, de assegurar as margens de lucro, em meio à perspectiva de redução do número de novos usuários nos próximos trimestres do ano.

No Brasil, o valor do pacote mensal sem anúncios de R$27,90 é um dos mais atrativos do mercado. A Disney+ tem um catálogo de 800 títulos, entre filmes e séries exclusivos. 

HBO olha para 2023  

O resultado da companhia dona do ratinho mais conhecido do mundo tem tudo para deflagrar uma verdadeiro ‘jogo dos tronos’ entre os personagens mais poderosos do setor de streaming. O objetivo é cativar uma audiência cada vez mais fragmentada entre as plataformas.

A HBO Max foi a primeira a reagir, anunciando uma fusão com a Discovery+. A partir de 2023, o catálogo da HBO e da Discovery se tornam um e devem acarretar uma ampla reformulação na disponibilidade de títulos. A fusão pretende reduzir custos com impostos e outras despesas, bem como unificar audiências de dois serviços situados sob o guarda-chuva da mesma marca mãe.

A HBO aproveitou também para aplicar uma dose de fanservice ao pôr em prática uma série de mudanças de navegabilidade e design em sua plataforma há tempos demandada pelos telespectadores. Agora, você consegue dividir a tela com outros aplicativos e assistir episódios randomicamente com o botão shuffle.

A prova de fogo para a Netflix

Sem tempo para lamber feridas, a empresa já começa a olhar para 2023, quando deve lançar diversas mudanças na plataforma e no seu catálogo de títulos. A perda da coroa para a Disney estressa investidores e contribui para o desempenho negativo da Netflix no pregão desta quinta-feira, com papéis negociados em baixa de 0,65%.

Apesar dos resultados trimestrais acusarem um aumento de 8,60% no LPA (lucro por ação), a empresa enfrenta uma batalha difícil contra o encolhimento de assinantes. Para justificar a desidratação de sua base, a Netflix citou desde a deterioração das condições macroeconômicas seguidas da invasão da Ucrânia até o compartilhamento de contas entre os usuários.

Para Rodrigo Lima, o teste de fogo da Netflix é verificar se o seu potencial de crescimento de assinantes ocorrerá, mesmo depois de aplicadas as políticas de remoção de usuários que não vivem nos mesmos domicílios e o novo modelo de anúncios: “veremos quem são os assinantes que aceitarão pagar menos por usos interrompidos ocasionalmente por anúncios”.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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