Política

Gastos de Michelle Bolsonaro eram pagos com dinheiro vivo; PF suspeita de irregularidades

17 maio 2023, 7:00 - atualizado em 17 maio 2023, 6:54
Michelle Bolsonaro
Gastos de Michelle Bolsonaro preocupavam assessores da então primeira-dama (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de que recursos públicos foram desviados durante a gestão Jair Bolsonaro (PL) para custear despesas pessoais da então primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

A suspeita de desvio de dinheiro público é baseada a partir de conversas entre o então ajudante de ordens do Palácio do Planalto, Mauro Cid, e assessoras de Michelle. Nelas, há relatos de pagamentos de contas em dinheiro vivo.

Os diálogos foram obtidos pela PF por meio da quebra de sigilo das comunidades de Cid, preso desde o início do mês, e publicados com exclusividade pelo jornalista Aguirre Talento, do portal UOL.

Segundo relatório da PF obtido pelo jornalista, as conversas interceptadas de Cid com as assessoras de Michelle revelam a existência de uma “dinâmica sobre os depósitos em dinheiro para as contas de terceiros e a orientação de não deixar registros e impossibilidades de transferências”.

A polícia descobriu, por exemplo, que a então primeira-dama usava um cartão de crédito vinculado à conta de uma amiga, Rosimary Cordeiro, que era assessora parlamentar no Senado.

Além disso, ficou comprovado que Cid e outros funcionários do Palácio do Planalto faziam depósitos em dinheiro vivo na conta de Rosimary para pagar os gastos feitos por Michelle. A PF suspeita que a prática era feita para ocultar a origem dos recursos.

Michelle e as “rachadinhas de Flávio”

Duas assessoras de Michelle, Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, conversaram entre si e com Cid manifestando preocupação sobre as irregularidades no pagamento de despesas da então primeira-dama.

Enquanto Cintia classificou a situação envolvendo o cartão de crédito como “preocupante”, Cid chegou a comparar o caso com as famosas “rachadinhas” – prática em que o parlamentar recebe ilegalmente parte do salário de seus funcionários.

“O Ministério Público, quando pegar isso aí, vai fazer a mesma coisa que fez com o Flávio, vai dizer que tem uma assessora de um senador aliado do presidente, que está dando rachadinha, tá dando a parte do dinheiro para Michelle”, disse Cid, em áudio enviado a Giselle.

Outro lado

Em resposta enviada ao UOL, a defesa de Mauro Cid afirmou que, “por respeito ao Supremo Tribunal Federal, se manifestará apenas nos autos do processo”. Já Michelle Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto.

Repórter
Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), com extensão em jornalismo econômico pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Colaborou com Estadão, Band TV, Agência Mural, entre outros.
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