Market Makers

Gestora está short em Magazine Luiza (MGLU3): ‘Assim como Via (VIIA3), vai ter que fazer oferta de ações em algum momento’

12 set 2023, 13:18 - atualizado em 12 set 2023, 13:18

A gestora Norte Asset Management está com dois “short” (posição vendida) em ações ligadas ao consumo, segundo o fundador Gustavo Salomão, ao Market Makers.

O episódio, apresentado por Thiago Salomão e Renato Santiago, traz as estratégias atuais do fundo Norte Long Bias. A conversa trouxe à tona o momento delicado enfrentado por Magazine Luiza (MGLU3), que, de acordo com o gestor, está inserida em um setor que sofre com a competição trazida pelo crescimento de players como Mercado Livre, Amazon e empresas asiáticas.

De acordo com o entrevistado, Magazine Luiza foi shorteada no fundo Cota 1 da Norte, em janeiro de 2021, quando a ação estava sendo negociada a R$ 25. Agora, os papéis da varejista operam abaixo dos R$ 3.

Segundo Gustavo Salomão, a única vez em que a gestora teve posição long (comprada) em Magazine Luiza foi no dia do “evento Americanas (AMER3)”.

“Saiu um competidor, a gente não tinha posição, vamos comprar. Fizemos uma compra tática ali. Ela até fechou este dia subindo, aí subiu mais por uma semana. A gente ganhou nessa semana longa e depois saímos”, comenta.

O gestor afirma que, com o mercado patinando mesmo após o corte de juros no início de agosto, a Norte resolveu shortear as ações do Magazine Luiza.

A companhia está em um setor que se caracteriza por queima de caixa e margens apertadas, diz.

De acordo com Salomão, a empresa, em algum momento, precisará realizar uma oferta de ações, seguindo o movimento recente da Via (VIIA3).

“Assim como a Via […], Magazine Luiza vai ter que fazer uma oferta em algum momento”, levanta.

Procurada pelo Money Times, a empresa não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para seu posicionamento.

Vale lembrar que a varejista terminou o segundo trimestre com caixa positivo, amparada por uma performance “muito positiva” em função de um fluxo de caixa das operações da ordem de R$ 800 milhões, compensando capex, despesas de juros e leasing, destacou o CFO Roberto Bellissimo Rodrigues, em teleconferência.

“Ainda tivemos o recebimento é de R$ 850 milhões da renovação de acordo, do acordo operacional com a Cardif”, completou o executivo. Há ainda o recebimento da LuizaSeg pendente da aprovação da Susep que o Magalu espera que aconteça em breve.

Além de Magazine Luiza, a Norte está short em Ambev (ABEV3), citando também um cenário competitivo difícil, além do impacto de um potencial fim de distribuição dos juros sobre o capital próprio (JCP).

“Não vejo, nesse cenário de apetite a risco melhorando, uma coisa muito boa para a Ambev. Ela é um bom short para um mercado melhor”, afirma o gestor.

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Posição comprada

Em relação à ponta comprada da Norte, o gestor cita setores que se beneficiam com a queda dos juros e uma inflação menor, como construção civil.

“O que é legal desse setor na bolsa é que você tem um monte de empresas. Então, você não precisa fazer a aposta em um cavalo só”, explica.

Salomão diz que o setor se beneficia de custos menores e uma demanda resiliente, com as empresas tendo margens e retornos mais altos.

O gestor cita Cury (CURY3), Direcional (DIRR3), Tenda (TEND3) e Cyrela (CYRE3). “São empresas em que temos posição comprada. Estamos positivos com o setor com esse cenário todo de juros.”

A categoria de utilities (elétricas e empresas de saneamento) também foi levantada no episódio. A Norte possui uma visão positiva para Eletrobras (ELET3) e a recém-desestatizada Copel, além de estatais que estão no caminho para ser privatizadas.

Além disso, o setor financeiro se sobressai como uma forte aposta da gestora no momento atual.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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