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Gigante varejista chinesa pode tirar brilho de ação brasileira

29 mar 2023, 16:13 - atualizado em 29 mar 2023, 16:13
Lojas Renner
Bank of America avalia que avanço de gigante varejista chinesa impacta Lojas Renner (Imagem: Marcos Gouveia 20/10/2020. Divulgação)

O Bank of America (BofA) reduziu a estimativa de lucro por ação da Lojas Renner (LREN3) de R$ 1,42/R$ 1,71 para R$ 1,26/R$ 1,49 para o período de 2023-24. Além disso, cortou o preço-alvo de R$ 25 para R$ 22, compatível com o ajuste de ganhos. A recomendação do banco é neutra.

O papel da Lojas Renner performa entre as maiores baixas do Ibovespa nesta quarta-feira (29). Por volta das 15h46, a ação recuava 6,38%.



Segundo o BofA, os cortes foram motivados pelos padrões climáticos desfavoráveis nos principais mercados da varejista de moda, o que provavelmente está limitando a venda de produtos de outono e inverno com margem total.

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Entretanto, há ainda um fator que impacta a Lojas Renner: a expansão do varejo chinês, em especial, a Shein.

O BofA aponta que o tráfego e os usuários da Shein está crescendo a taxas próximas de três dígitos no primeiro trimestre de 2023, e agora respondem por cerca de dois terços das interações online brasileiras com sites de vestuário.

O banco aponta ainda que o tráfego é quase inteiramente orgânico e baseado em aplicativos, e o engajamento do consumidor permanece elevado, apesar da duplicação de usuários.

“Esse crescimento coincide com as quedas de volume geral da indústria doméstica de vestuário e começou a conscientizar os mais altos níveis da nova administração, culminando com comentários recentes sobre a necessidade de fiscalização fiscal por parte do presidente Lula”, avalia o BofA.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva e o Congresso Nacional estudam cobrar impostos de mercadorias importadas de sites de e-commerce chineses, como a SheinShopee e Aliexpress. O objetivo é inibir a concorrência de produtos provenientes da China e, assim, estimular as vendas das varejistas brasileiras.

Perspectivas para Lojas Renner

O BofA lembra que a varejista saiu de 2022 com estoques mais pesados após um quarto trimestre abaixo do planejado, o que, para o BofA, sugere risco de crescimento moderado nas mesmas lojas e um mix mais promocional.

Sendo assim, o banco avalia que a companhia enfrentará sua comparação mais difícil do ano no trimestre de junho, à medida que supera as baixas temperaturas, a demanda reprimida e o forte preço total de vendas.

“Tendências de vendas lentas combinadas com condições difíceis de crédito ao consumidor, e esperamos que uma originação de crédito mais lenta e altos níveis de inadimplência resultem em mais perdas de serviços financeiros”, conclui.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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