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Google (GOOGL): Ação judicial alega que empresa tem seita religiosa liderando setor

19 jun 2022, 14:00 - atualizado em 19 jun 2022, 12:43
(Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

Um terceiro do Google (GOOGL; GOGL34), contratado para trabalhar como produtor de vídeo para o Google Developer Studio (GDS), alega que pelo menos 12 membros de uma seita religiosa trababalha na área da empresa e mantém um nível inadequado de influência sobre o ambiente de trabalho.

Kevin Llloyd, de 34 anos, afirmou ao The New York Times que foi demitido “erroneamente ao criticar o comportamento do grupo” e entrou com uma ação judicial contra a empresa e a agência Advanced Systems Group (ASG), que o havia contratado, por rescisão indevida, retaliação, sofrimento emocional e falha em protegê-lo contra discriminação.

O grupo religioso, chamado de Fellowship of Friends (Irmandade de Amigos, na tradução literal), “acredita que uma maior consciência pode ser alcançada abraçando as artes plásticas e a cultura” e tem um complexo de 1.200 acres em Oregon House, Califórnia, segundo o NYT.

O grupo já até se tornou tema de um podcast no Spotify que “promete revelar seus segredos obscuros”.

New York Times aponta que um membro de longa data da Irmandade, Peter Lubbers, é um dos líderes do GDS do Google e trouxe vários outros membros do grupo para trabalhar no setor. Mas a situação não para por aí.

A reportagem do Times ainda indica que os membros da Irmandade ocupam cargos até mesmo nos eventos do Google, “trabalhando nas mesas de registro, tirando fotos, tocando música, fazendo massagens e servindo vinho”. A gigante de tecnologia supostamente também compra o vinho servido nesses eventos em uma vinícola administrada por um membro da Irmandade.

No processo, Lloyd ainda afirma que “o Google pagou por um sistema de som de última geração instalado na casa de Oregon House de um membro da Fellowship que trabalhou para a equipe como designer de som”.

“Temos políticas de longa data para funcionários e fornecedores para evitar discriminação e conflitos de interesse, e as levamos a sério”, disse a porta-voz do Google, Courtenay Mencini, em comunicado enviado ao NYT. “É contra a lei pedir as afiliações religiosas daqueles que trabalham para nós ou para nossos fornecedores, mas é claro que investigaremos essas alegações por quaisquer irregularidades ou práticas de contratação impróprias. Se encontrarmos evidências de violações da política, tomaremos medidas”.

Em comunicado, Dave Van Hoy, presidente da ASG, disse que a”sua empresa acredita nos princípios de abertura, inclusão e igualdade para pessoas de todas as raças, religiões, identificação de gênero e, acima de tudo, não discriminação”.

“Continuamos negando as alegações infundadas do queixoso e esperamos nos justificar no tribunal em breve”, acrescentou.

O New York Times afirma que corroborou algumas das alegações ao falar com oito funcionários atuais e ex-funcionários do Google. O jornal também analisou os documentos disponíveis publicamente, incluindo uma lista de membros da Irmandade, fotos de eventos e planilhas que documentam os orçamentos dos eventos.

Erik Johanson, outro terceirizado do GDS, afirmou ao Times que “a parceria do Google com a ASG permitiu que a equipe trouxesse mais membros da Fellowship, já que os contratados entram na empresa com muito menos escrutínio e um processo de integração muito menos rigoroso”. O Alphabet Workers Union (AWU) também denunciou o potencial abuso dos gerentes do sistema de contratação do Google em um tópico no Twitter.

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Jornalista formada pela Faculdade Paulus de Comunicação (FAPCOM) e editora do Money Times, já passou por redações como Exame, CNN Brasil Business, VOCÊ S/A e VOCÊ RH. Já trabalhou como social media e homeira e cobriu temas como tecnologia, ciência, negócios, finanças e mercados, atuando tanto na mídia digital quanto na impressa.
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