Setor Elétrico

Governo busca aumentar oferta de energia, mas não prevê contratação emergencial

28 maio 2021, 19:02 - atualizado em 28 maio 2021, 19:02
Medição de nivel de água
O objetivo é garantir que, mesmo com poucas chuvas, seja mantido um volume de água suficiente tanto para geração de energia elétrica (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ministério de Minas e Energia disse nesta sexta-feira que tem buscado ampliar a oferta de energia no Brasil, em meio a uma seca histórica na região das hidrelétricas, mas descartou a realização de processo emergencial para contratação de nova capacidade.

A afirmação da pasta, que vê uma situação “desafiadora” no suprimento de energia, vem após o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) ter emitido na quinta-feira um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro na importante bacia do Paraná.

Antes, as chuvas registradas entre setembro e maio já haviam registrado os piores níveis em 91 anos na área das usinas hídricas.

Especialistas e técnicos do setor disseram à Reuters que a situação gera preocupação e exigirá manobras na operação do sistema para evitar riscos de racionamento ou falta de energia, incluindo a flexibilização de limitações operativas de algumas hidrelétricas, o que deve gerar uma certa “disputa pela água”.

“Atualmente, nossa matriz é mais diversificada, com usinas eólicas, solares e termelétricas. Além disso, o intercâmbio de energia pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) entre regiões também cresceu consideravelmente. Entretanto, a situação atual é desafiadora, pois os níveis dos reservatórios de cabeceira das Bacias do Rio Grande e Paranaíba estão baixos”, disse o ministério em nota à Reuters.

“Nesse sentido, o foco do trabalho do Ministério de Minas e Energia (MME) é manter o máximo possível de água nos reservatórios.”

Na véspera, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), liderado pela pasta, destacou a importância de flexibilização em algumas restrições à operação de hidrelétricas, o que precisa ser discutido com órgãos como a ANA e o Ibama.

A decisão do CMSE será encaminhada ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), no qual têm assento diversos ministros, incluindo o do Meio Ambiente.

“O objetivo é garantir que, mesmo com poucas chuvas, seja mantido um volume de água suficiente tanto para geração de energia elétrica quanto para os demais usos da água. Sem um controle adequado das vazões, podem ocorrer impactos a todos os usuários”, disse o ministério de Energia.

Além disso, estão sendo tomadas ações para aumentar a disponibilidade de geração termelétrica a gás, a óleo e a biomassa, apontou a pasta.

“Deste modo, não existe previsão de contratação emergencial de energia. O que se pretende é buscar a redução dos custos de geração do sistema, de forma a gerar o menor impacto possível aos consumidores”.

O ministério defendeu ainda que “tem trabalhado diuturnamente para manter o fornecimento de energia elétrica neste cenário desafiador, que exige a tomada de ações de gerenciamento da pouca água disponível”.

A ANA disse em nota que recebeu um pedido do CMSE para reconhecimento da situação de escassez hídrica na região da bacia do Paraná e que tem avaliado a solicitação.

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