Governo começa fritura de Campos Neto e evidencia racha no Banco Central; confira a agenda desta quinta (09)

O mercado mal acordou com a notícia de que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual e membros do governo já estão criticando a condução da política monetária.

O ministro da Indústria e vice-presidente, Geraldo Alckmin, publicou em suas redes sociais que taxas de juros altas são um freio ao desenvolvimento do país, porque desencorajam o consumo e o investimento, além de elevarem a dívida pública.

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Com a redução de ontem, a taxa básica de juros passou de 10,75% para 10,50% ao ano — menor patamar desde março de 2022.

“A redução de 0,25 pp na Selic é um sinal importante de confiança no governo, mas o ritmo da queda precisa ser maior, sem hesitações”, disse Alckmin.

O governo do presidente @LulaOficial está fazendo o dever de casa em todos os sentidos: negociando reformas; reconstruindo políticas sociais; e estimulando o investimento produtivo. Mas, taxas de juros neste patamar são um freio ao desenvolvimento do país, porque desencorajam o…

— Geraldo Alckmin 🇧🇷 (@geraldoalckmin) May 8, 2024

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Já a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, disse em suas redes sociais que a decisão do Copom é um crime contra o país.

“A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil”, afirmou.

Ela também criticou a autonomia do Banco Central, “que permitiu o prolongamento do mandato de uma direção bolsonarista” — no caso, ela está falando do presidente Roberto Campos Neto, que foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro.

É um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de 4 diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os…

— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 8, 2024

Vale lembrar que a decisão do reajuste não foi unânime. Votaram por uma redução de 0,25 pp os seguintes membros do Comitê:

• Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente)
• Carolina de Assis Barros
• Diogo Abry Guillen
• Otávio Ribeiro Damaso
• Renato Dias de Brito Gomes

Por outro lado, votaram por uma redução de 0,50 pp os seguintes membros:

• Ailton de Aquino Santos
• Gabriel Muricca Galípolo
• Paulo Picchetti
• Rodrigo Alves Teixeira

Essa divisão não é aleatória. Votaram pelo corte maior justamente os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que sinaliza que o mercado pode começar a se preparar para um Banco Central menos contracionista a partir do 2025. Campos Neto deixa o cargo em dezembro desde ano e o seu provável sucessor será Galípolo.

Lula e o ministro Fernando Haddad ainda não comentaram sobre o novo patamar da Selic. Em rápida conversa com jornalistas, Haddad se limitou a dizer que o comunicado está muito sintético e que vai esperar a ata da reunião, que será divulgada na semana que vem.

Confira a agenda do presidente Lula desta quinta-feira (09)

Economia

A agenda econômica está esvaziada nesta quinta-feira, com o mercado repercutindo a decisão do Copom. Mais cedo, teve a divulgação de dados da balança comercial chinesa e agora de manhã sai a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra.

Confira a agenda econômica desta quinta-feira (09)