Política

Governo pede ao Congresso reconhecimento de estado de calamidade por coronavírus

17 mar 2020, 22:17 - atualizado em 17 mar 2020, 22:36
Coronavírus
O Governo Federal solicitará ao Congresso Nacional o reconhecimento de Estado de Calamidade Pública, afirma nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O governo anunciou nesta terça-feira que vai pedir ao Congresso o reconhecimento de estado de calamidade pública devido à pandemia do novo coronavírus e seus impactos na saúde dos brasileiros e na economia do país, abrindo espaço para elevar seus gastos.

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“Em virtude do monitoramento permanente da pandemia Covid-19, da necessidade de elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação, o Governo Federal solicitará ao Congresso Nacional o reconhecimento de Estado de Calamidade Pública”, afirma nota da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República.

A medida, segundo a nota, terá efeito até 31 de dezembro deste ano.

A nota explica que o reconhecimento do estado de calamidade pública dispensa a União de atingir a meta de resultado fiscal prevista na LDO para este ano, de um déficit primário de 124,1 bilhões de reais para o governo central (Tesouro, Previdência, INSS) e, em consequência, da limitação de empenho prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal. Na prática, isso dá margem para o governo gastar mais.

O texto reafirma ainda o compromisso do governo com “as reformas estruturais necessárias para a transformação do Estado brasileiro, para manutenção do teto de gastos como âncora de um regime fiscal que assegure a confiança e os investimentos para recuperação de nossa dinâmica de crescimento sustentável”.

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Segundo o Ministério da Economia, a regra de ouro e o teto de gastos seguem tendo que ser cumpridos pelo governo.

As últimas ações do governo federal nesta terça-feira mostram uma mudança radical em relação à postura do presidente Jair Bolsonaro.

Nos últimos dias, Bolsonaro vinha classificando de “histeria” os comentários gerais e as medidas tomadas por governadores no combate ao coronavírus, que trariam impacto forte sobre a economia, na avaliação do presidente.

“Olha, a economia estava indo bem… esse vírus trouxe uma certa histeria”, disse o presidente na manhã desta terça-feira, em entrevista à Rádio Super Tupi.

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“Tem alguns governadores, no meu entender, eu posso até estar errado, mas estão tomando medidas que vão prejudicar em muito a nossa economia”, argumentou Bolsonaro.

Em meio à crise do coronavírus, no domingo o presidente elevou a tensão com os outros Poderes ao se juntar a manifestantes em frente ao Palácio do Planalto, num dia marcado por eventos de apoio a Bolsonaro mas também protestos contra os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Na segunda-feira, Bolsonaro chegou a desafiar Maia e Alcolumbre a irem às ruas lidar com a população.

Mas na tarde desta terça, Bolsonaro baixou o tom, dizendo que busca apenas evitar o pânico sobre o coronavírus entre a população e prometeu uma entrevista conjunta com os líderes do Congresso e do Judiciário na noite de quarta-feira.

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“Para demonstrar a todos vocês que estamos unidos para combater o bom combate em uma causa comum, que é a questão do vírus que chegou, mas não é motivo de pânico”, explicou.

(Atualizada às 22h36)

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A Reuters é uma das mais importantes e respeitadas agências de notícias do mundo. Fundada em 1851, no Reino Unido, por Paul Reuter. Com o tempo, expandiu sua cobertura para notícias gerais, políticas, econômicas e internacionais.
reuters@moneytimes.com.br
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