Comprar ou vender?

Greve do Ibama põe em xeque ações da Prio (PRIO3)?

07 jun 2024, 10:54 - atualizado em 07 jun 2024, 10:54
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Servidores do Ibama continuam mobilizados e poços da Prio seguem sem conseguir autorizações necessárias (Imagem: Reprodução/Canva Pro)

Nesta quinta-feira (06), a Prio (PRIO3) divulgou seu relatório de produção referente ao mês de maio e trouxe más notícias.

Depois de uma série de crescimentos, após o pico de produção no final do ano passado, a produção mensal de petróleo da empresa recuou 4,4%, atingindo 88,702 mil barris de petróleo por dia (boed).

Por trás da queda, está a paralisação dos poços em Frade, Polvo e Tubarão Martelo, que precisam da permissão do Ibama para iniciar o workover, nome para as técnicas de intervenção com foco em melhorar a produção do poço.

No campo de Frade, a situação é ainda mais grave, com queda mensal de produção em 5,9% ocasionada pelo desligamento do poço ODP3.

Entretanto, a situação pode ser alongada, enquanto o Ibama, assim como o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e outros órgãos, intensificam a greve.

O que pode acontecer com a Prio?

Os analistas da Guide, Genial Investimentos, BTG Pactual e Goldman Sachs chegam à mesma conclusão: o impacto é negativo para a empresa.

A Guide, em estudo assinado por Mateus Haag, aponta, inclusive, que foram produzidos mais de 2,8 milhões de barris de petróleo no mês, vendendo apenas 2,4 milhões, mostrando maior produção do que venda.

A principal questão enfrentada é a falta de controle sobre o prazo de resposta do Ibama.

Para o BTG Pactual “a falta de visibilidade sobre a resolução das questões operacionais pode impedir a valorização da ação no curto prazo e refletir plenamente os seus fundamentos”, explicando que o Ibama opera com pessoal reduzido, concedendo licenças em um ritmo mais lento.

O banco, em relatório assinado por Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima, acredita que muitos desafios podem ser superados com relativa rapidez, mas que o fato da greve do Ibama impactar não apenas o começo de novos empreendimentos, como o campo de Wahoo, como também manutenção de campos atualmente em operação, deve pesar no sentimento dos investidores.

É hora de deixar as ações PRIO3?

Entretanto, os analistas também pensam o mesmo em outro ponto: a recomendação continua sendo de “compra” para as ações da empresa.

Para a Genial, “O evento que impacta o preço da Prio hoje é decorrente de uma greve em um orgão público e não por causa de sua capacidade de execução”.

“Sendo assim, mesmo com a ausência de um cronograma claro para o final da greve, não achamos que faça sentido ‘mudar a mão’ no case”, concluem.

O BTG também apresenta seus motivos para entender a tese de investimento da Prio como bem fundamentada, sendo eles:

  • Perspectivas de desenvolvimento da Wahoo;
  • operação de baixo custo da empresa;
  • elevada capacidade de geração de fluxo de caixa, mesmo assumindo preços baixos do Brent.

Para Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins, do Goldman, a recomendação ainda é de compra e de preferência para a Prio entre a cobertura de empresas de energia, apesar de ainda ser necessário esperar a retomada do ritmo normal de trabalho do Ibama.

Servidores do Ibama e do ICMBio entregam seus cargos

Na quarta-feira (05), no Dia Mundial do Meio Ambiente, trabalhadores do Ibama e do ICMBio entregaram cargos de chefia e de confiança como forma de protesto.

Os trabalhadores defendem a necessidade de reestruturação da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (CEMA) e do Plano Especial de Cargos do Ministério do Meio Ambiente (PECMA).

A história é antiga, com as negociações com o Governo Federal iniciando em outubro do ano passado, mas sem avanços.

Segundo a Ascema Nacional, os servidores enfrentam problemas sérios, como uma grande quantidade de cargos vagos na carreira, além de perda de poder de compra, que acumula 75% nos últimos 10 anos.

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Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
giovanna.pereira@moneytimes.com.br
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