Mercados

Gringos já retiraram R$ 15 bilhões da B3 este ano; quando eles voltam?

20 fev 2024, 15:14 - atualizado em 20 fev 2024, 15:14
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Fluxo de capital estrangeiro sofre com saídas bilionárias e culpa é dos juros americanos. (imagem: Getty Images)

O fluxo de capital estrangeiro registrou, nesta terça-feira (20), um saldo negativo em R$ 15 bilhões, de acordo com os últimos números divulgados. Desde o primeiro dia do ano, o investidor estrangeiro não tem se mostrado tão animado assim. De lá para cá, inúmeras retiradas de capital ocorreram na bolsa acompanhando a movimentação do Ibovespa durante os dias.

O motivo para tantas saídas, no entanto, está lá fora. Segundo Rafael Passos, da Ajax Asset, as recentes altas nos treasuries  – as mais longas voltaram a operar acima dos 4,3%, taxa muito acima do que já vinha sendo negociado desde novembro e dezembro de 2023  – refletem o fluxo negativo.

Essa alta no tesouro americano veio após os dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos virem ainda fortes, com salários crescendo acima da inflação, e indicadores negativos para inflação. Desta forma, o mercado passou a “reprecificar” a curva de cortes de juros por lá.

“Por exemplo, os futuros de juros nos US vieram de 6,0 cortes na virada do ano para 4 cortes hoje. Assim, esse cenário de pouso suave começou a ser repensado, o que trouxe esse reflexo mais negativo para emergentes”, explicou Passos.

O que se tem visto nesses primeiros meses do ano, segundo ele, é um ajuste e alocação dos gringos nesse curto prazo, após a mudança da narrativa de cortes de juros por parte do Federal Reserve.

Para os próximos meses, Passos aponta que o que vai ditar o ritmo do mercado são os possíveis  – ou não  – cortes no horizonte. “Se começarmos a ter maior sensibilidade dos cortes no segundo semestre de 2024, e até possibilidade de mais que 3 cortes na curva, esse fluxo tende a voltar”, analisa.

Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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