Gringos não impressionam na Super Quarta; fluxo estrangeiro terá melhora no curto prazo?

O mercado ficou eufórico nesta quarta-feira (20) com o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), que dizia que os cortes de juros nos Estados Unidos não foram descartados. No entanto, essa animação não foi vista no fluxo de capital estrangeiro na bolsa de valores, que teve uma entrada de tímidos R$ 425,5 milhões.

Na ocasião, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Fed, manteve as taxas no mesmo patamar entre 5,25% e 5,50%. Por aqui, também aconteceu a reunião do comitê brasileiro e o Banco Central decidiu por cortar os juros a 10,75%, como o esperado.

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No mesmo dia das decisões, o Ibovespa (IBOV) fechou no azul, com alta de 1,25%, a 129.124,83 pontos.

Na última sexta-feira (15), os gringos chegaram a injetar R$ 3 bilhões na B3, mas o valor não foi suficiente para alterar o saldo negativo anual que está em R$ 21,5 bilhões, o pior desde 2008, de acordo com a Necton. Sendo assim, o saldo de 2024 quebra uma sequência de quatro anos de entrada líquida de recursos.

O que tem motivado as constantes saídas dos estrangeiros da bolsa?

O motivo para tantas saídas, segundo Rafael Passos, da Ajax Asset, está lá fora. Os dados recentemente divulgados dos Estados Unidos vieram bastante resistentes, o que mostra que a economia está robusta e longe de uma recessão.

No entanto, a inflação continua alta, na casa dos 3,2%, e o Federal Reserve precisa ter mais dados de atividade para começar a cortar os juros. “O principal medo do Fed hoje é ter um repique na inflação e voltar a ter uma trajetória mais forte”, explica Passos.

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Com isso, a previsão de cortes, que antes eram de sete ano a ano, passaram para três, o que impacta o mercado. A análise do profissional é de que, se esse cenário não apresentar uma melhora, as retiradas dos investidores estrangeiros devem permanecer por mais um bom tempo.

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Ainda hoje, os investidores esperam as falas de Powell sobre a política monetária dos EUA. O presidente do Fed pode dar mais indícios de se de fato terão os três cortes esperados pelos mercados. Com o que for dito, pode ser que os rumos mudem.