Grupo SBF (SBFG3): Ações sobem após 2T25 em linha; hora de comprar?

O Grupo SBF (SBFG3) reportou resultados em linha com o esperado pelos analistas no segundo trimestre de 2025 (2T25). As ações da companhia reagem com alta no pregão desta terça-feira (12).
A dona das marcas Centauro e responsável pela Nike no Brasil, registrou um lucro líquido de R$ 87,2 milhões, alta de 19,1% na base anual. Projeções reunidas pela Bloomberg apontavam para um lucro de R$ 80 milhões.
O desempenho acompanhou o avanço do faturamento nos dois principais negócios: na Centauro, a receita bruta cresceu 12,2%, para R$ 1,2 bilhão, e na Fisia (que responde pela Nike), 5,2%, para R$ 1,3 bilhão.
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Já a receita líquida consolidada do Grupo SBF totalizou R$ 1,8 bilhão, representando um crescimento de 6,1%.
Por volta de 16h40 (horário de Brasília), as ações subiam 1,31% no Ibovespa (IBOV), a R$ 10,84. Acompanhe o tempo real.
O BTG Pactual aponta que os resultados vieram sem surpresas, com receita líquida fraca, rentabilidade pressionada e pior geração de fluxo de caixa livre em meio a mudanças nas suas estratégias. Agora a companhia voltou a focar em crescimento, após dois anos de ajustes e maior atenção para a rentabilidade.
“Embora as perspectivas de vendas no curto prazo continuem moderadas (como observado no 2T), esperamos uma melhora gradual na receita líquida após as iniciativas da empresa para impulsionar as vendar por metro quadrado, o que deve ajudar gradualmente a lucratividade, principalmente em 2026”, dizem os analistas do banco.
O BTG vê a SBFG3 negociada com um desconto em relação à mediana do setor, apoiando a recomendação de compra.
“Estruturalmente, continuamos a ver espaço para ganhos de participação de mercado, dada a liderança da empresa em um mercado fragmentado, particularmente por meio da operação da Nike, reforçando nossa visão construtiva de longo prazo”, coloca o banco.
Analistas do Santander colocam que o segundo trimestre da SBF mostrou a esperada recuperação nas vendas da Centauro e Fisia. No entanto, para o time do banco, a lucratividade permaneceu fraca.
O que esperar do Grupo SBF?
O Grupo SBF afirmou que realizará investimentos na frente de benfeitorias e reformas nas lojas Centauro até o final de 2025, com expectativa de um aumento no Capex total para o ano consolidado.
Na Fisia, agora sob nova liderança, a empresa diz que “seguirá comprometida com as iniciativas alinhadas à estratégia global da Nike”. Os focos principais ficarão na recuperação do canal de atacado, no fortalecimento da presença no futebol e na implementação da nova estratégia para corrida.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado no trimestre foi de R$ 167,4 milhões, apresentando uma retração de 4,9% em comparação com o 2T24, refletindo os investimentos.
O Grupo SBF fechou junho com uma dívida líquida de R$ 506,1 milhões, queda de 33,1% no ano.
Apesar de o balanço ter superado ligeiramente as estimativas do Bradesco BBI no Ebitda e no lucro líquido, a empresa, para o banco, refletiu a pressão operacional que consenso esperava, dados os efeitos amplamente conhecidos da pressão cambial e das despesas operacionais.
Olhando para o futuro, os analistas da casa esperam que esses fatores permaneçam em alguma medida no terceiro trimestre, mas devem ser parcialmente compensados pelos incentivos fiscais da Fisia, que entrarão em vigor gradualmente.
“Além disso, será importante observar uma recuperação da receita –especialmente no canal de atacado da Fisia –para recuperar a confiança na inflexão do Ebitda nos próximos trimestres. Assim, mantemos nossa recomendação apenas Neutra por enquanto”, diz o BBI.