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Guerra ameaça oferta de trigo e aproxima temor de desabastecimento de suprimentos

14 mar 2022, 12:05 - atualizado em 14 mar 2022, 12:55
Colheita de trigo
Não está claro se os produtores da Rússia poderão colher trigo de inverno, que foi plantado no outono, ou plantar safras de primavera nas próximas semanas (Imagem: REUTERS/Alexey Malgavko)

Analistas e comerciantes ouvidos pelo The Wall Street Journal ainda não sabem até que ponto a oferta global de trigo será prejudicada pela guerra entre Ucrânia e Rússia.

O que resta da safra do ano passado foi mantido fora do mercado devido ao fechamento de portos ucranianos e à hesitação dos embarcadores em entrar em uma zona de guerra para buscar trigo russo. “Os portos russos estão operando normalmente, mas ninguém está disposto a pagar custos de seguro extremamente altos para reservar cargas de lá”, disse o analista sênior da empresa de pesquisa de dados agrícolas Gro Intelligence, Will Osnato.

Enquanto isso, não está claro se os produtores da região poderão colher trigo de inverno, que foi plantado no outono, ou plantar safras de primavera nas próximas semanas. “Este é o nevoeiro da guerra. Nós simplesmente não sabemos”, afirmou o chefe de pesquisa da Peak Trading Research da Suíça, Dave Whitcomb. A incerteza inspirou um frenesi de especulação que aumentou as oscilações de preços.

Investidores destinaram tanto dinheiro ao Teucrium Wheat Fund, que detém futuros da commodity, que ele ficou sem ações para vender na segunda-feira. Os reguladores financeiros dos EUA concederam permissão ao fundo na última quarta-feira para criar e vender ações adicionais.

Para o presidente da Teucrium Trading LLC, Sal Gilbertie, que administra o fundo de trigo, os agricultores russos e ucranianos devem iniciar o plantio do grão em seis semanas. “Se (o plantio) for interrompido, isso significará uma redução futura nos suprimentos com os quais o mundo está contando”, afirma.

Embora os consumidores norte-americanos possam esperar sentir alguns choques em supermercados, a perda das exportações do Mar Negro devem prejudicar principalmente os países que dependem de importações, como Egito, Turquia e Tanzânia, e são incapazes de atender às suas necessidades de grãos, dizem analistas e traders. “Os mais pobres do mundo vão sofrer com esta guerra. É um crime contra a humanidade”, destacou Gilbertie.

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