Petróleo

Guerra Israel-Hamas pode pegar em cheio petróleo e dólar, alerta economista

07 out 2023, 13:04 - atualizado em 07 out 2023, 14:40
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Israel entrou em guerra com grupo islâmico palestino e mercado financeiro global pode se estressar na segunda-feira (Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa)

Israel anunciou neste sábado (07) que entrou em guerra contra o Hamas, após afirmar que o grupo islâmico palestino lançou um ataque surpresa de foguetes a partir de Gaza. Com isso, já morreram mais de 100 pessoas e outras centenas estão feridas.

Provavelmente, o conflito respingará no mercado financeiro global, que há dias exibe aversão ao risco. Sendo assim, investidores acordarão cautelosos na segunda-feira (09) com mais uma guerra em curso.

É o que pensa o economista e consultor, André Perfeito. Segundo ele, os conflitos no Oriente Médio tirarão o foco da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que dura há mais de um ano e meio.

Contudo, ele acredita que a guerra entre Israel e o Hamas será prolongada e, talvez, sem solução.

“Ainda é cedo para determinar o tamanho deste conflito. Há muito que não se sabe, especialmente da participação de outros países na organização desse ataque pelo Hamas”, pondera.

Guerra deve impactar petróleo

No entanto, Perfeito chama atenção para os efeitos econômicos de curto prazo em reação ao novo conflito. O primeiro ativo a ser destacado é o petróleo.

“Provavelmente, o barril de petróleo irá subir na segunda-feira. O WTI está há meses em queda e atingiu US$ 82,81. Essa guerra era a ‘desculpa’ que precisava para o barril subir”, diz.

Entretanto, a reação da commodity à guerra entre Israel e palestinos pode chegar ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

“Caso aconteça, todo o esforço do Fed e dos Estados Unidos para domar a inflação estará sob perigo”, alerta o economista.

Ele acrescenta que, com o petróleo em alta, investidores continuarão colocando pressão sobre os juros americanos com os efeitos usuais sobre as demais classes de ativo.

Efeitos no dólar

Porém, Perfeito comenta que não parece que o conflito irá se alastrar pela região envolvendo outros países.

Todavia, a possibilidade disso acontecer mostra que a preferência pela liquidez dos investidores deve subir, refletindo na valorização de ativos livres de risco. “Como é o caso do dólar“, diz.

A moeda norte-americana está há 13 semanas em alta no exterior, como mostra o Dollar Index (DXY), que mede a força da divisa contra uma cesta de moedas de economias fortes, como o euro, a libra esterlina e o iene.

Brasil pode se beneficiar com a guerra em Israel

Para o economista, o Brasil não deve ficar de fora dos efeitos econômicos que os conflitos no Oriente Médio podem gerar. Segundo ele, olhando para o médio prazo, a situação não é necessariamente ruim para o país.

“A depender como o Itamaraty conduzirá a crise internacional, o Brasil pode se manter como um lugar ‘suficientemente distante’ de todo esse ‘ruído’. Logo, em termos relativos, o país pode se beneficiar”, avalia.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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