Destaques da Bolsa

Hapvida (HAPV3) recua mais de 6% após reajuste de planos da ANS

25 jun 2025, 15:59 - atualizado em 25 jun 2025, 17:48
hapvida
A Hapvida é pressionada pelo reajuste nos planos de saúde individuais; a judicialização do setor também é ponto de atenção dos investidores (Imagem: Freepik/Divulgação - Montagem: Julia Shikota)

A Hapvida (HAPV3) operou entre os principais destaques do Ibovespa (IBOV) nesta quarta-feira (25), na liderança da ponta negativa do índice. 

HAPV3 caiu 5,52%, a R$ 35,77. Na mínima do dia, os papéis da operadora de saúde chegaram a cair 6,39%, a R$ 35,44. Acompanhe o Tempo Real. 



Os papéis da companhia realizam os ganhos após encerrar a sessão anterior com alta de mais de 3%. Do mesmo modo, os investidores também precificam a decisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de reajustar os planos de saúde de assistência média individuais em até 6,06%.

A Hapvida, por sua vez, é a operadora com maior exposição aos planos individuais — com 18% da sua base de beneficiários e que representa aproximadamente 25% da receita líquida. 

Mas, para o Goldman Sachs, o reajuste não traz impactos para a operadora de saúde, já que o banco considera a decisão da ANS “neutra“.

“De acordo com comentários recentes da gestão, a Hapvida está operando com níveis de reajuste de preços mais elevados para outras categorias, como corporativa e PMEs (onde há maior flexibilidade nas negociações de preços com os clientes), atingindo níveis de dois dígitos nesses casos. Portanto, vemos a notícia como neutra para o Hapvida”, afirmou o analista Gustavo Miele em relatório.

Para ele, a tese de investimento da companhia permanece “intacta” sob uma perspectiva de melhoria de margem — que, na visão do Goldman Sachs, depende mais de outros fatores, como a maturação da integração da operação do NotreDame Intermédica em São Paulo, a redução de contingências à medida que a empresa atenua o impacto da ainda alta judicialização no setor.

“Como esses ajustes são implementados em um cronograma por data de aniversário, o impacto financeiro no balanço da Hapvida proveniente da desaceleração dos reajustes de preços individuais ocorrerá gradualmente ao longo do ciclo de 12 meses, deixando espaço para um impacto muito limitado no curto prazo”, destacou Miele.

Reajuste da ANS

A nova alíquota de 6,06% é aplicável a contratos com aniversários entre maio de 2025 e abril de 2026 e o cálculo considera a variação dos custos com assistência médica em relação ao ano anterior, além da inflação geral (IPCA) e dos ganhos de eficiência do setor no período.

O BTG Pactual destaca que o número ficou “amplamente em linha” com a estimativa do banco, de 6%. O Itaú BBA também afirmou que o reajuste ficou dentro do esperado.

“O reajuste de 2025 marca a continuação da desaceleração observada em relação a 2023 e 2024, à medida que a rentabilidade das operadoras de planos de saúde se recupera — tendência também observada nos reajustes coletivos anunciados anteriormente”, escreveram os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio.

Judicialização no setor

A judicialização do setor de saúde também segue no radar dos investidores e movimenta as ações das operadoras nesta quarta-feira (25).

Ontem (24), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgou dados recentes sobre os processos movidos contra operadoras de saúde no mês passado. De acordo com o órgão, o  número de novos processos caiu 11% ano contra ano, para 24,1 mil em maio.

Já os processos por dia útil também caíram 11% na base anual, contra aumentos em abril e março.

Na avaliação do BTG Pactual, os dados são promissores e se a tendência de queda continuar, isso poderá melhorar a dinâmica do setor.

O banco mantém a recomendação de compra para as ações da Hapvida (HAPV3), “embora acreditemos que o desempenho das ações dependerá provavelmente do crescimento orgânico (que ainda não se materializou) e do desenvolvimento de iniciativas para compensar o ônus dos processos judiciais — um ponto de pressão que, encorajadoramente, já está começando a diminuir”, destacaram os analistas Samuel Alves e Maria Resende, em relatório.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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