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Hectare por hectare, reformar pasto é mais caro que desmatar, mas tem crédito que compense

03 set 2021, 13:43 - atualizado em 03 set 2021, 17:11
Melhorar as condições do solo e do capim é caminho mais vantajoso do que desmatar

Abrir novas áreas de pastagens, legais ou ilegais, sai pela metade do preço da reforma de pastagens no bioma Amazônia, hectare contra hectare, mas nem por isso é totalmente desvantajoso.

Na ponta do lápis, há recursos para aumentar a produtividade de carne por hectare, como mais boi por m² com a mesma área. E ainda se ganha em produtividade.

O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Paulo Barreto, conta que o produtor do Norte relega o fato de que parte do crédito rural contratado poderia ser direcionado para a recuperação de pastagens degradadas. Mas é exclusivamente usado para aquisição na reposição da boiada.

A estimativa do Imazon calcula que o crédito subsidiado para produzir sem desmatar pode variar de 3% a 9,5%.

Assim, se o produtor gasta até R$ 3 mil por hectare para melhorar as condições dos pastos, contra R$ 1,5 mil para tirar novas áreas de floresta, há recursos que garantam um colchão de compensação.

Além disso, na soma dos custos ambientais associados e os riscos de embargos internacionais, acumularia um valor muito maior se a opção for o desmatamento, diz o engenheiro florestal.

No mesmo estudo por ele assinado, há destaque para o fato que os pecuaristas do Norte, sobretudo do Pará, teriam que reformar entre 170 a 290 mil hectares de terras anuais, depauperadas pelas secas e manejo inadequado, até 2030.

Ao custo de R$ 270 a R$ 873 milhões por ano, a produtividade saltaria dos 80 kg por hectare para 300, e ajudaria a região a suportar a demanda por carne bovina que, na próxima década, poderá crescer entre 1,4% a 2,4%, pelas projeções do Mapa.

No Brasil se estima em cerca de 90 milhões de hectares de pastagens destruídas.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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